Dados científicos podem colocar debate no caminho certo, dizem pesquisadores
LOC: PESQUISADORES DIZEM QUE DADOS CIENTÍFICOS PODEM COLOCAR O DEBATE SOBRE O CÓDIGO FLORESTAL NO CAMINHO CERTO.
LOC: EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA QUARTA-FEIRA NO SENADO, OS PESQUISADORES APRESENTARAM ESTUDOS QUE, SEGUNDO ELES, DESMENTEM INFORMAÇÕES QUE TÊM SIDO PUBLICADAS PELA IMPRENSA. A REPORTAGEM É DE ADRIANO FARIA:
TÉC: O projeto do novo Código Florestal não vai passar pela Comissão de Ciência e Tecnologia, mas os senadores da CCT fazem questão de participar do debate e convidaram pesquisadores que estudam o tema. A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader, reconheceu que os cientistas chegaram tarde às discussões na Câmara, mas espera que eles consigam ser ouvidos no Senado. (HELENA) Infelizmente nós estávamos chegando no último minuto do segundo tempo, mas como o Brasil é o país do futebol e o meu time já perdeu campeonato por um gol no segundo tempo, mas também outros já ganharam... (REPÓRTER) Para os pesquisadores, dados científicos podem corrigir informações sobre o Código Florestal que têm sido divulgadas pela imprensa. João de Deus Medeiros, do Ministério do Meio Ambiente, citou um exemplo: a parte do código que considera área de proteção permanente as terras situadas acima de mil e 800 metros de altitude. (JOÃO DE DEUS) Eu fui num debate no Rio Grande do Sul em que na mesa me apontaram: "Isso é um absurdo porque toda a área dos campos de cima da serra em que nós cultivamos há séculos agora vai ficar impedida porque está tudo acima de 1.800". Aí eu: "Acho que aqui existe um equívoco porque aqui no Rio Grande do Sul não há um ponto acima de 1.800 metros. O ponto mais alto do Rio Grande do Sul é 1.470 metros. (REPÓRTER) O Ministério da Agricultura também tem suas queixas. O representante da pasta, Roberto Lorena, acha que a população recebe informações deturpadas sobre a anistia para os pequenos agricultores que plantaram na área de reserva legal. (LORENA) Ao contrário do que se leu na mídia recentemente, a isenção de recuperação de reserva legal para as propriedades de menos de quatro módulos fiscais é menos do que uma gota no rio. É muito pouco para alterar a meta brasileira e fazer alguma diferença no aquecimento global do planeta. (REPÓRTER) O presidente da CCT, senador Eduardo Braga, do PMDB do Amazonas, acha que a Ciência pode ajudar a reduzir a polêmica em torno do novo Código Florestal. Na opinião dele, o debate tem sido mais ideológico do que científico. (BRAGA) Nós tivemos a paciência e a tranquilidade de poder ouvir a opinião da Ciência sem o radicalismo que, por exemplo, tivemos oportunidade de assistir em outros momentos nesta Casa. Se nós não tivermos a capacidade de ouvir, querendo compreender, nós vamos escutar e não vamos ouvir. (REPÓRTER) Um grupo de trabalho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e da Academia Brasileira de Ciência entregou aos senadores o documento "O Código Florestal e a Ciência ¿ contribuições para o diálogo". O trabalho alerta que o texto aprovado pela Câmara pode incentivar o desmatamento em áreas que deveriam ser preservadas.
LOC: EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NESTA QUARTA-FEIRA NO SENADO, OS PESQUISADORES APRESENTARAM ESTUDOS QUE, SEGUNDO ELES, DESMENTEM INFORMAÇÕES QUE TÊM SIDO PUBLICADAS PELA IMPRENSA. A REPORTAGEM É DE ADRIANO FARIA:
TÉC: O projeto do novo Código Florestal não vai passar pela Comissão de Ciência e Tecnologia, mas os senadores da CCT fazem questão de participar do debate e convidaram pesquisadores que estudam o tema. A presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Helena Nader, reconheceu que os cientistas chegaram tarde às discussões na Câmara, mas espera que eles consigam ser ouvidos no Senado. (HELENA) Infelizmente nós estávamos chegando no último minuto do segundo tempo, mas como o Brasil é o país do futebol e o meu time já perdeu campeonato por um gol no segundo tempo, mas também outros já ganharam... (REPÓRTER) Para os pesquisadores, dados científicos podem corrigir informações sobre o Código Florestal que têm sido divulgadas pela imprensa. João de Deus Medeiros, do Ministério do Meio Ambiente, citou um exemplo: a parte do código que considera área de proteção permanente as terras situadas acima de mil e 800 metros de altitude. (JOÃO DE DEUS) Eu fui num debate no Rio Grande do Sul em que na mesa me apontaram: "Isso é um absurdo porque toda a área dos campos de cima da serra em que nós cultivamos há séculos agora vai ficar impedida porque está tudo acima de 1.800". Aí eu: "Acho que aqui existe um equívoco porque aqui no Rio Grande do Sul não há um ponto acima de 1.800 metros. O ponto mais alto do Rio Grande do Sul é 1.470 metros. (REPÓRTER) O Ministério da Agricultura também tem suas queixas. O representante da pasta, Roberto Lorena, acha que a população recebe informações deturpadas sobre a anistia para os pequenos agricultores que plantaram na área de reserva legal. (LORENA) Ao contrário do que se leu na mídia recentemente, a isenção de recuperação de reserva legal para as propriedades de menos de quatro módulos fiscais é menos do que uma gota no rio. É muito pouco para alterar a meta brasileira e fazer alguma diferença no aquecimento global do planeta. (REPÓRTER) O presidente da CCT, senador Eduardo Braga, do PMDB do Amazonas, acha que a Ciência pode ajudar a reduzir a polêmica em torno do novo Código Florestal. Na opinião dele, o debate tem sido mais ideológico do que científico. (BRAGA) Nós tivemos a paciência e a tranquilidade de poder ouvir a opinião da Ciência sem o radicalismo que, por exemplo, tivemos oportunidade de assistir em outros momentos nesta Casa. Se nós não tivermos a capacidade de ouvir, querendo compreender, nós vamos escutar e não vamos ouvir. (REPÓRTER) Um grupo de trabalho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e da Academia Brasileira de Ciência entregou aos senadores o documento "O Código Florestal e a Ciência ¿ contribuições para o diálogo". O trabalho alerta que o texto aprovado pela Câmara pode incentivar o desmatamento em áreas que deveriam ser preservadas.
