CDH debate impactos da crise financeira internacional sobre Brasil — Rádio Senado

CDH debate impactos da crise financeira internacional sobre Brasil

LOC: A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO SENADO DISCUTIU COM ECONOMISTAS O IMPACTO QUE O PROLONGAMENTO DA CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL PODE TER SOBRE O BRASIL.
 
LOC: A PREOCUPAÇÃO É QUE O ESFORÇO DOS PAÍSES MAIS RICOS PARA AUMENTAR O VOLUME DE EXPORTAÇÕES PREJUDIQUE A INDÚSTRIA BRASILEIRA. REPÓRTER SERGIO VIEIRA.

TÉC: O Brasil retomou o crescimento depois da crise econômica mundial. No entanto as regiões mais ricas do mundo, como a União Europeia, os Estados Unidos e o Japão, ainda sofrem os efeitos da crise. A Comissão de Direitos Humanos do Senado recebeu especialistas para discutir o impacto, no Brasil, do prolongamento da crise no exterior. Os economistas disseram que o momento atual é de apreensão, porque a estratégia dos outros países para sair da crise é, além do achatamento dos salários e do arrocho fiscal, aumentar as exportações para os países emergentes. Foi o que explicou o economista José Carlos Assis, da Universidade Federal do Pará, que defendeu como melhor estratégia para a América do Sul fortalecer a integração econômica na região. (JOSE CARLOS ASSIS): Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão, todos eles estão fazendo mais ou menos a mesma política: aumentar as exportações. Aumentar para quem? Aumentar em cima da gente. E isto significa o quê? Significa o risco de destruírem o nosso parque industrial e destruírem os melhores empregos que a gente tem. Nós temos vários países da América do Sul na mesma situação. A integração é uma forma de a gente crescer junto a partir do investimento, e não simplesmente de trocas comerciais. (REP) Mayle Benício, da Universidade Federal da Paraíba, citou um dado concreto mostrando que o processo de desindustrialização já está em curso no Brasil. (MAYLE BENÍCIO): Há uma ameaça direta ao nosso parque industrial. Estamos sendo encurralados para uma posição perene de primário-exportadores. Esta é uma realidade que vem fortemente se delineando, e basta que a gente observe o caso do Brasil, que já obteve 60% de suas vendas voltadas para a área da exportação de manufaturados e serviços, e que atualmente esta pauta não atinge nem os 40%. (REP) O presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, afirmou que vai trabalhar pela criação, no Congresso, da "Frente Parlamentar pela integração da América do Sul".
28/06/2011, 01h08 - ATUALIZADO EM 28/06/2011, 01h08
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