Polícia Federal e ONG SaferNet vão auxiliar CPI nas investigações — Rádio Senado

Polícia Federal e ONG SaferNet vão auxiliar CPI nas investigações

LOC: REPRESENTANTE DAS NAÇÕES UNIDAS EXPLICA AOS SENADORES COMO FUNCIONA O TRÁFICO DE PESSOAS NO MUNDO. 

LOC: E CPI GANHA COLABORAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL E DE ONG DEDICADA A DENUNCIAR CRIMES VIRTUAIS. MAIS INFORMAÇÕES, COM O REPÓRTER NILO BAIRROS.

O dinamarquês Bo Mathiassen, que dirige os trabalhos da UNODC, divisão das Nações Unidas para o combate e a prevenção ao crime, admitiu que o mundo acordou tarde para o tráfico de pessoas. Só no ano de 2000 é que foi aprovada convenção para lutar contra esse tipo de crime, que movimenta 32 bilhões de dólares ao ano e faz cerca de 2 milhões e meio de vítimas, principalmente mulheres e crianças. O tráfico de pessoas envolve aprisionamento, ameaças, trabalhos forçados e, principalmente, exploração sexual. O Brasil assinou a convenção em 2004 e, dois anos depois, começou a articular ações dentro e fora do país, conduzidas pela Secretaria Nacional de Justiça e pela Polícia Federal. Algumas investigações contam com a parceria de polícias estrangeiras, já que 131 das rotas de tráfico conhecidas são internacionais. Os principais destinos de brasileiros traficados são o Suriname, a Espanha e Portugal. O problema é que em cada estado só existem dois policiais para esse trabalho. Na opinião da relatora da CPI, a senadora Marinor Brito, do Psol do Pará, essa estrutura precisa ser modificada com urgência. (Marinor Brito) Falta decisão política de estruturar os ministérios e os órgãos que atuam na rede de enfrentamento para que tenha mais pessoal e que esse pessoal esteja qualificado para atuar nisso, e para isso precisa de recursos. (Repórter) O trabalho da CPI ganhou reforços. Dois policiais federais foram designados para ajudar nas investigações do Senado. E a ONG SaferNet, que denuncia crimes praticados na Grande Rede, colocou à disposição do Senado seu banco de dados, que inclui 698 páginas suspeitas de envolvimento com o tráfico de pessoas. Boa parte delas são de falsas agências de modelos, que aliciam meninas e depois as levam para serem exploradas sexualmente em outros países. O presidente da SaferNet, Thiago Tavares de Oliveira, também sugeriu a criação de um canal de denúncias na página do Senado e a formação de um grupo técnico de trabalho para apurar as denúncias, mapear as rotas e estudar a legislação sobre o assunto.
31/05/2011, 04h16 - ATUALIZADO EM 31/05/2011, 04h16
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