Agricultores familiares pedem solução para endividamento do setor

LOC: REPRESENTANTES DE AGRICULTORES FAMILIARES FIZERAM NESTA TERÇA FEIRA NA COMISSÃO DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA DO SENADO UM APELO PARA QUE O GOVERNO RESOLVA COM URGÊNCIA O PROBLEMA DO ENDIVIDAMENTO DO SETOR. LOC: ESTA FOI A SEXTA AUDIÊNCIA DO CICLO DE DEBATES QUE VEM SENDO PROMOVIDO PELA COMISSÃO PARA TRATAR DA SITUAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA. REPÓRTER PATRÍCIA NOVAES: O assessor de Política Agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul, Airton José Hoshschild afirmou que a agricultura familiar produz em média setenta por cento do que vai para a mesa do brasileiro. Além disso, segundo ele, gera quase quinze vezes mais postos de trabalho que os grandes agricultores, mas sofre com as dívidas. Ele apresentou dados do estado dele, o Rio Grande do Sul. Segundo Airton, os agricultores gaúchos precisam pagar em 2011 aproximadamente dois bilhões e seiscentos milhões de reais ao Programa de Crédito do Pronaf. Ele lembrou as dificuldades do setor por conta, entre outras coisas, dos inúmeros problemas climáticos enfrentados nos últimos anos. (Airton) ¿ chegamos numa bolha, que está prestes a estourar se a gente não encontrar uma alternativa para alongar esses débitos dos produtores do Rio Grande do Sul. (Patrícia) ¿ Airton apresentou uma série de propostas da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado. Eles querem a recomposição e o alongamento desses débitos em até quinze anos, um bônus para quem paga a prestação dentro do prazo e o perdão das dívidas de até doze mil reais por família. O Diretor do Departamento de Financiamento e Proteção da Produção, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, João Luis Guadagnin disse que o agricultor familiar paga um juro muito baixo pelo crédito e há um esforço de ampliar esse benefício, mas não existe nenhuma intenção por parte do governo de perdoar essas dívidas. (Guadagnin) ¿ Não há o mínimo espaço nesse momento em que nós estamos avançando nas medidas de proteção e apoio à agricultura familiar brasileira, incluída a gaúcha de colocarmos na mesa uma demanda localizada. (Patrícia) ¿ O debate foi aberto ao público, que enviou várias perguntas e comentários pelo programa Alô Senado e pela Internet. Ao encerrar a reunião, a senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul, que presidiu a reunião, disse que os brasileiros de todas as regiões do Brasil participaram do debate. E adiantou uma informação de Guadanin de que no dia primeiro de julho os agricultores já poderão iniciar os contratos com o Pronaf. (Ana Amélia) ¿ é uma boa e alvissareira notícia para os agricultores. Tomara que essas questões do endividamento da agricultura familiar abordadas aqui encontrem uma fórmula criativa que não penalize esses agricultores já que a agricultura familiar é muito forte em todas as regiões do país. (Patrícia) ¿ Também participaram do debate o gerente executivo da diretoria e Agronegócios do Banco do Brasil, Álvaro Tosetto e Frei Sérgio, do Movimento dos pequenos Agricultores e da Via Campesina. .