Atentado completa 30 anos neste sábado — Rádio Senado

Atentado completa 30 anos neste sábado

LOC: O CASO RIOCENTRO COMPLETA 30 ANOS NESTE SÁBADO. LOC: UM EX-SENADOR E DOIS SENADORES COMENTAM A REAÇÃO DA SOCIEDADE E AS CONSEQUÊNCIAS DE UM DOS MAIS MARCANTES FATOS DO REGIME MILITAR. Elba Ramalho cantava a música "Banquete de signos" num show em comemoração ao Dia do Trabalho, em 30 de abril de 1981, no Riocentro - um espaço na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Do lado de fora, no estacionamento, uma bomba explodiu num carro onde estavam o capitão Wilson Machado e o sargento Guilherme do Rosário. Começava o Caso Riocentro, um dos mais emblemáticos episódios do período da ditadura militar. Logo ficou claro que os dois militares estavam ali para provocar um atentado, mas a bomba que explodiu no carro matou na hora o sargento Guilherme do Rosário e deixou o capitão Wilson Machado gravemente ferido. Quatro dias depois, Roberto Saturnino, então senador do PMDB do Rio de Janeiro, fez um discurso no Senado para denunciar a tentativa da linha dura das Forças Armadas de sabotar o processo de abertura política que estava em curso. Trinta anos depois, Saturnino lembra do clima entre os senadores. (SATURNINO) Até os senadores que apoiavam o governo ficaram muito chocados porque foi um ato de tal violência e de tal ousadia no momento em que até o governo, a ditadura, dava os primeiros sinais de querer controlar essas ações. Foi um clima de choque e de indignação. Me lembro bem. (REPÓRTER) O senador Pedro Simon, do PMDB do Rio Grande do Sul, estava no plenário do Senado e assistiu ao discurso de Roberto Saturnino. (SIMON) Me lembro, me lembro de muitos discursos, um mais duro do que o outro. No lado do governo, o líder era o Passarinho, mas ele ficou até com vergonha de falar. Ele apenas querendo dizer que o governo não participou daquilo, mas a bancada do governo praticamente desapareceu. (REPÓRTER) Para o senador Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB de São Paulo, a intenção de quem planejou o atentado no Riocentro era semelhante ao que aconteceu na Alemanha nazista, em 1933. Mas o tiro saiu pela culatra. (ALOYSIO NUNES) Quando o incêndio no prédio do Parlamento Alemão foi provocado por Hitler e pelos nazistas para jogar a culpa na esquerda, para usar isso como pretexto para repressão e para abolição total das liberdades democráticas na Alemanha. Esse era o objetivo deles. Eu acho que acabou de alguma forma contribuindo com o isolamento dessa facção de linha dura, permitindo que o movimento democrático avançasse. (REPÓRTER) Um ano depois do Caso Riocentro, vieram as eleições diretas para governador, as primeiras desde o início da ditadura; em 84, a campanha "Diretas Já" mobilizou o País; e em março de 85 um presidente civil assumiu o poder, fato que marcou o fim de 21 anos de regime militar. LOC: E A RÁDIO SENADO APRESENTA LOGO MAIS, ÀS SEIS DA TARDE, A REPORTAGEM ESPECIAL A CHUVA CAI LÁ FORA - OS 30 ANOS DO CASO RIOCENTRO. LOC: O ESPECIAL TAMBÉM VAI AO AR NESTE SÁBADO, ÀS DEZ DA MANHÃ, E NO DOMINGO, ÀS CINCO DA TARDE. LOC: VOCÊ TAMBÉM PODERÁ OUVIR A REPORTAGEM POR MEIO DA INTERNET, NO ENDEREÇO WWW.SENADO.GOV.BR/RADIO.
29/04/2011, 02h20 - ATUALIZADO EM 29/04/2011, 02h20
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