Comissão debate situação do Oriente Médio e norte da África

LOC: O ORIENTE MÉDIO DEVE FICAR AINDA MAIS COMPLEXO DEPOIS DAS REVOLUÇÕES QUE TOMAM CONTA DE BOA PARTE DAQUELES PAÍSES. LOC: ESSA FOI UMA DAS CONCLUSÕES DA SEGUNDA AUDIÊNCIA PÚBLICA DO CICLO DE PALESTRAS SOBRE GEOPOLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS PROMOVIDO PELA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL DO SENADO. Os cinco convidados, um embaixador e quatro acadêmicos, concordam que os movimentos pela derrubada de governos autoritários no Oriente Médio e Norte da África tiveram geração espontânea, e foram facilitados pela tecnologia dos celulares, usados para mobilizar as redes sociais. Eles concordam também que em nenhum caso a motivação foi religiosa; as revoltas tiveram relação direta com a busca por liberdade de expressão e por melhores condições de vida. No Egito, por exemplo, maior país da região, 70% dos alimentos consumidos são importados. A situação não é muito diferente em boa parte dos 22 vizinhos que formam a liga árabe. E quase a metade desses países passa por algum tipo de convulsão. De acordo com os palestrantes, a indignação e a onda de protestos podem se espalhar por outros países. Chegaram a citar o caso do Irã, que há dois anos abafou um inicio de revolta popular por conta de suspeitas de fraudes na eleição. Mas, assim como ninguém previu o que iria acontecer nesse início de 2011, na chamada primavera árabe, a resposta sobre o que vem por aí é um grande ponto de interrogação. Os debatedores acreditam que é muito cedo para apostar em definições, mas, ainda assim, são otimistas em relação ao futuro mapa geopolítico da região. O senador Cristovam Buarque, do PDT do Distrito Federal, concorda: Cristovam - Primeiro, ninguém previu, ninguém previu, ninguém imaginou que isso ia acontecer. Segundo, que isso é para melhor, aparentemente ninguém tem dúvida, mas, terceiro, não há muita clareza de como será esse melhor, então o processo histórico é lento, nesse caso está sendo rápido até demais. Rep: a próxima audiência pública da comissão de relações exteriores está marcada para a segunda-feira que vem, e vai abordar os setores de inteligência dos países. Os encontros fazem parte de um ciclo sobre o cenário estratégico no mundo e suas perspectivas.