Sessão especial marca os 10 anos da morte de Mário Covas — Rádio Senado

Sessão especial marca os 10 anos da morte de Mário Covas

LOC: O SENADO FAZ NESTA TERÇA-FEIRA UMA SESSÃO ESPECIAL PARA MARCAR OS DEZ ANOS DA MORTE DO EX-SENADOR MÁRIO COVAS. 

LOC: A HOMENAGEM A COVAS FOI PEDIDA PELA SENADORA MARISA SERRANO, DO PSDB DE MATO GROSSO DO SUL. A REPORTAGEM É DE ADRIANO FARIA: 

TÉC: (COVAS) Adversidade? Não! Não me venham falar em adversidade. Diante dela só há três atitudes possíveis: enfrentar, combater e vencer. (REPÓRTER) Esse é Mário Covas, o homenageado desta terça-feira no Plenário do Senado. A frase fez parte do discurso de posse no segundo mandato como governador de São Paulo, em janeiro de 1999. Covas já lutava contra o câncer na bexiga. Mas a doença não foi a primeira adversidade de Mário Covas Júnior, que nasceu em 21 de abril de 1930 em Santos, litoral de São Paulo. Em 1969, quando era deputado federal e líder do MDB, partido que reunia as forças de oposição ao regime militar, Covas foi cassado pela ditadura, semanas depois da edição do AI-5. O jovem deputado ocupou várias vezes a tribuna para falar contra o regime. Em 67, por exemplo, denunciou a apreensão do livro ¿Torturas e Torturados¿, do então deputado Márcio Moreira Alves. (COVAS) Defendemos neste instante, com o nosso repúdio à violência, um princípio que não é apenas patrimônio da oposição, mas deve ser patrimônio desta nação, que é a liberdade de manifestação de pensamento. (REPÓRTER) Mário Covas recuperou os direitos políticos com a anistia de 1979. Foi prefeito de São Paulo entre 83 e 85, e no ano seguinte eleito para o Senado com mais de sete milhões e meio de votos ¿ um recorde para a época. O senador Mário Covas foi o líder do PMDB na Assembleia Nacional Constituinte. Descontente com a posição da maioria da bancada, ele deixou o partido depois de quase um ano e meio de trabalhos. Em junho de 88, dias antes de participar da fundação do PSDB, Covas, em clima de despedida, convocou a bancada do PMDB para a eleição de um novo líder do partido na Constituinte. (COVAS) O PMDB dispõe de homens da melhor categoria, que certamente são os responsáveis pelas negociações feitas até agora. O deputado Jobim, durante esse período, até que a reunião se realize, pelo fato de estar ocupando a Primeira Vice-Liderança, ocupará a Liderança formalmente, no exercício, durante o comando das reuniões aqui. (REPÓRTER) Mário Covas foi o candidato do PSDB à Presidência da República, na primeira eleição direta para o cargo desde 1960. Ficou em quarto lugar na disputa vencida por Fernando Collor. Ainda senador, Covas fez oposição ao governo Collor. Teve atuação destacada na Comissão Parlamentar de Inquérito do Congresso que investigou a atuação de Paulo César Farias no Poder Executivo, e os resultados da CPI culminaram no impeachment do presidente Fernando Collor. Na reunião de nove de junho de 92, Mário Covas questionou PC Farias sobre problemas encontrados em declarações do imposto de renda. (COVAS) Quando eu tento traduzir a receita obtida neste ano em termos de dólar médio, eu encontro no ano uma receita total de 21 mil e 500 dólares. Quando faço para 1991, encontro 165 mil dólares. Mas encontro nesse ano também uma retirada em bonificações, juros, etc. de 648 milhões, o que significaria um milhão 583 mil dólares. (REPÓRTER) Mário Covas deixou o Senado em 1994 depois de ser eleito governador de São Paulo, em novembro daquele ano. Disputou a última eleição em 1998 e obteve o segundo mandato. Numa atitude rara na política brasileira, anunciou publicamente que estava doente, e a sua luta contra o câncer emocionou a população. Enfrentou, combateu, mas não conseguiu vencer a doença, que o matou em seis de março de 2001, aos 70 anos. Da Rádio Senado, Adriano Faria.
28/03/2011, 01h34 - ATUALIZADO EM 28/03/2011, 01h34
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