Repercussão do julgamento da Ficha Limpa foi destaque no Senado — Rádio Senado

Repercussão do julgamento da Ficha Limpa foi destaque no Senado

LOC: UM DOS DESTAQUES DA SEMANA NO SENADO FOI A REPERCUSSÃO DO JULGAMENTO DO SUPREMO QUE VETOU A APLICAÇÃO DA LEI DA FICHA LIMPA NAS ELEIÇÕES DE 2010. 

LOC: O SENADO TAMBÉM FOI PALCO DE DEBATES SOBRE POLÍTICA MONETÁRIA, OBRAS DA COPA DE 2014 E SEGURANÇA DAS USINAS NUCLEARES. O BALANÇO DA SEMANA, NESTA REPORTAGEM É DE ADRIANO FARIA: 

TÉC: Uma decisão tomada na quarta-feira pelo Supremo Tribunal Federal vai ter impacto na composição do Senado. Depois de dois empates nos últimos seis meses, o Supremo declarou, por seis votos a cinco, que a Lei da Ficha Limpa não valeu nas eleições do ano passado. Quatro senadores que tomaram posse em fevereiro devem perder o mandato. Uma delas é Marinor Brito, do PSOL do Pará, que foi à tribuna ainda na quarta para protestar contra a decisão do STF. (MARINOR) Querendo ou não a Justiça, o povo brasileiro vai continuar tentando varrer os corruptos da política. (REPÓRTER) E o presidente do Senado, José Sarney, do PMDB do Amapá, afirmou que o resultado do julgamento frustrou a população. (SARNEY) Essa lei foi muito discutida mas o Supremo interpretou diferente, de maneira que temos que aceitar a decisão. (REPÓRTER) O debate sobre a validade da Lei da Ficha Limpa ocorre no momento em que uma comissão do Senado discute uma proposta de reforma política. Na terça-feira, o assunto em pauta foi o sistema de eleição de deputados e vereadores. Entre as dez propostas apresentadas, sobraram três, que vão ser discutidas na próxima reunião. Uma delas é a do voto distrital misto, defendida pelo senador Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais. (AÉCIO) Metade das vagas seria ocupada por distritos e a outra metade das vagas composta pela lista partidária fechada. (REPÓRTER) A Comissão de Reforma Política é presidida pelo senador Francisco Dornelles, do PP do Rio de Janeiro. E Dornelles questionou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sobre o aumento da taxa Selic para controlar a inflação. Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos, o senador disse que essa política prejudica as contas públicas. (DORNELLES) Um ponto da Selic representa 0,28 do PIB, o que representa 10 bilhões de reais. (REPÓRTER) Alexandre Tombini respondeu que a taxa de juros é um instrumento eficaz para combater a inflação. Mas admitiu que o remédio demora para fazer efeito. (TOMBINI) A política monetária opera com defasagens; demora cerca de nove meses para o efeito da política monetária ser sentido na ponta, na inflação. (REPÓRTER) Quem também veio ao Senado foi o ministro dos Esportes, Orlando Silva. O andamento das obras da Copa do Mundo de 2014 foi o centro do debate, na quarta-feira, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte. A senadora Lídice da Mata, do PSB da Bahia, disse a Orlando Silva que está preocupada. (LÍDICE) Me preocupo com a confirmação que o senhor faz, que são os atrasos das obras de mobilidade urbana. (REPÓRTER) Os senadores também estão preocupados com a segurança das usinas nucleares de Angra dos Reis, no litoral do Rio. O plenário decidiu enviar uma comissão de senadores a Angra para verificar a condição das usinas. A iniciativa foi do senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro. Depois do vazamento radioativo numa usina nuclear no Japão, todo cuidado é pouco. (LINDBERGH) Ninguém está questionando o programa nuclear brasileiro. Mas o que estamos fazendo é o que todo mundo esta fazendo: parar para discutir. (REPÓRTER) E houve duas reuniões na quarta-feira para discutir a situação das usinas de Angra do Reis. O presidente da Eletronuclear, Othon Silva, garantiu que Angra está livre de um acidente da proporção do que aconteceu com o complexo de Fukushima, no Japão. Já o professor Luiz Pinguelli Rosa alertou que é muito pequeno o raio de segurança em Angra, de cinco quilômetros em torno das usinas. Ele defendeu a ampliação para pelo menos 20 quilômetros. 
25/03/2011, 11h56 - ATUALIZADO EM 25/03/2011, 11h56
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