Sistema eleitoral brasileiro é tema de discussão — Rádio Senado

Sistema eleitoral brasileiro é tema de discussão

LOC: O TIPO DE SISTEMA ELEITORAL ADOTADO PELO BRASIL É O TEMA EM DISCUSSÃO DESTA SEMANA, ENTRE OS SENADORES. LOC: AS BANCADAS DO PMDB E DO PSDB SE REUNIRAM NESTA QUARTA-FEIRA PARA DEBATER O TEMA E JÁ SINALIZAM QUE VÃO DEFENDER PROPOSTAS DIFERENTES NA COMISSÃO SOBRE A REFORMA POLÍTICA. PMDB e PSDB se reuniram em locais diferentes, mas o assunto foi o mesmo: o sistema eleitoral que os partidos vão defender na comissão da reforma política. Membros das duas siglas como o ex-governador José Serra e o vice-presidente da República, Michel Temer, participaram dos debates. Há três propostas defendidas pelos partidos: o sistema de votos em lista fechada, na qual o cidadão vota numa lista do partido e não nominalmente no candidato; o chamado Distritão, baseado no voto majoritário, onde vence a eleição quem tiver mais votos; e o sistema distrital misto, no qual metade dos candidatos é eleita por uma lista fechada e a outra metade pelo voto majoritário nos distritos. O tucano Aécio Neves, de Minas Gerais, afirma que a bancada vai defender o sistema distrital misto na comissão da reforma política como a melhor opção para o país. (AÉCIO) Porque isso não privaria o Congresso Nacional de grandes nomes de representantes de seguimentos de pensamentos que estariam aqui debatendo os grandes temas, mas que eventualmente não tenham base distrital e ao mesmo tempo permite que uma parte do Congresso tenha uma ligação direta, permanente com os municípios. Eu acho que ela traz os benefícios dos dois sistemas e impede as mazelas e os prejuízos também que esses dois sistemas trazem, já que também esta proposta fortalece os partidos políticos. (Paula) Para José Serra, as novas regras já poderiam ser adotadas nas eleições municipais de 2012. Serra defende o voto distrital no segundo turno dos municípios com mais de 200 mil eleitores. (SERRA) Então cidades como Rio de Janeiro, Salvador São Paulo seriam divididas em distritos e cada distrito da cidade elegeria um vereador. Isso aproxima muito o eleitor do que foi eleito e barateia tremendamente o custo das campanhas e a legislação pode ser aplicada apenas para os municípios. (PAULA) Já o PMDB ouviu a defesa de Michel Temer pelo sistema majoritário, também chamado Distritão e de acordo com o líder, Renan Calheiros, de Alagoas, a tendência é que a bancada defenda esta proposta na comissão. Para o vice-presidente da República, o sistema vigente de voto em lista aberta elege muitos deputados que tiveram poucos votos. O sistema majoritário acabaria com isso. (TEMER) Dou exemplo de São Paulo. São Paulo tem 70 vagas, os 70 mais votados são os eleitos. Hoje nem sempre acontece isso. Já houve casos de deputado com 128 mil votos não foi eleito por causa do chamado coeficiente eleitoral e candidato com 275 votos que foi eleito. (PAULA) Na opinião do senador Eunício Oliveira, do PMDB do Ceará, apesar de defenderem propostas diferentes os partidos devem chegar a um consenso com a prevalência do voto majoritário. (EUNÍCIO) Eu acho que o Distritão evolui para um consenso nesta Casa, o presidente do PP acabou de dizer isso, a senadora Ana Amélia que tinha uma posição contrária, acabou de dizer que está convencida agora a favor do Distritão, o PV se colocou nesse momento também a favor do distritão então é um processo de convencimento. (PAULA) A reforma política volta a ser discutida na comissão especial na próxima terça-feira. Da Rádio Senado, Paula Groba. LOC: E SOBRE O MESMO ASSUNTO, O CONGRESSO INSTALOU, NESTA QUARTA-FEIRA, A FRENTE PARLAMENTAR MISTA PELA REFORMA POLÍTICA COM A PARTICIPAÇÃO DE MAIS DE 20 ENTIDADES COMO A OAB, CNBB E UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES. 36 SENADORES e 183 DEPUTADOS INTEGRAM A FRENTE.
23/03/2011, 08h16 - ATUALIZADO EM 23/03/2011, 08h16
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