Mozarildo: Próximo governo deverá fazer nova reforma previdenciária — Rádio Senado

Mozarildo: Próximo governo deverá fazer nova reforma previdenciária

LOC: O PRÓXIMO GOVERNO DEVERÁ FAZER UMA NOVA REFORMA DA PREVIDÊNCIA. 

LOC: É O QUE AVALIA O SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI, COM BASE EM UM ESTUDO DO IPEA QUE MOSTRA O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA. 

TÉC: (1015A12 MOZARILDO T: 3:00) Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada, o Ipea, a população brasileira deve parar de crescer em 2030. A análise tem base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, do IBGE. Essa queda se deve à redução das taxas de mortalidade e de fecundidade. De acordo com a PNAD, os brasileiros com mais de 60 anos, que em 1992 somavam 7,9%, em 2009 pularam para 11,4%. De olho nesses números, a coordenadora de População e Cidadania do Ipea, Ana Camarano, advertiu que o envelhecimento da população vai resultar em mudanças na idade mínima para aposentadoria, atualmente de 60 anos para homens e 55 para mulheres. O senador Mozarildo Cavalcanti, do PTB de Roraima, avalia que uma nova reforma na Previdência deverá ser uma das prioridades do próximo governo. Ele lembrou que o número de trabalhadores que vai sustentar os inativos será reduzido à metade. O senador destacou, no entanto, que as novas regras só deverão valer para quem ainda vai entrar no mercado de trabalho, a fim de garantir os benefícios dos que estão na ativa. (Mozarildo) Já votamos uma reforma no governo Lula, que foi de meia-sola. Também não se pode chamar de tabu querer se mexer em direitos adquiridos, como também não se pode chamar de avanços fazer uma lei que retroaja para prejudicar pessoas que já tenham o direito. Por que não se encontra um meio-termo nisso? Fazer uma reforma imediatamente que passe a valer com prioridade para os que passam a contribuir com a Previdência quando entram no serviço público. Se for o caso, criar uma regra de transição que não penalize quem já está no serviço público. (Repórter) O ministro da Previdência, Carlos Gabas, também é favorável a mudanças que garantam, no futuro, a sustentabilidade do INSS. Mas chamou atenção para que o país tenha infraestrutura para conviver com a população mais idosa. (Gabas) As pessoas vão viver mais. Muito bem, vão viver mais como? O que queremos é que haja um aumento da expectativa de vida, mas que haja qualidade de vida. Queremos idosos com qualidade de vida e não idosos trancados dentro de casa. Você imagina uma pessoa sem nenhuma condição. Sem lazer, sem cuidados médicos, sem acessibilidade, sem a sociedade estar preparada para conviver com um montão de gente idosa. É o que vai acontecer num curto espaço de tempo, teremos um aumento muito grande de idosos no país. Precisamos preparar a sociedade para recepcionar e conviver com estas pessoas. (Repórter) Em setembro de 2010, o déficit da Previdência era de quase cinco bilhões de reais. No acumulado do ano, o rombo nas contas do INSS soma trinta e um bilhões de reais. O problema ainda é a previdência rural. O governo federal espera fechar 2010 com uma necessidade de financiamento de quase quarenta e cinco bilhões de Reais.
15/10/2010, 01h30 - ATUALIZADO EM 15/10/2010, 01h30
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