Quase oito mil crianças esperam por um novo lar, revela cadastro nacional — Rádio Senado

Quase oito mil crianças esperam por um novo lar, revela cadastro nacional

LOC: O CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO REVELA QUE QUASE SETE MIL E SEISCENTAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES ESTÃO EM BUSCA DE UM NOVO LAR. 

LOC: MAS MUITOS MENORES NÃO CORRESPONDEM AO PERFIL PROCURADO PELOS PAIS ADOTIVOS. A NOVA LEI DE ADOÇÃO APROVADA PELO CONGRESSO NACIONAL E SANCIONADA NO ANO PASSADO PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA BUSCA FACILITAR O PROCESSO. 

Téc: Cerca de 80 mil crianças e adolescentes brasileiros vivem em abrigos espalhados pelo País, mas segundo o Cadastro Nacional de Adoção, apenas 10 por cento deles, ou seja, 7.662 crianças e adolescentes se encontram aptos para a adoção. Do outro lado, o cadastro mostra que até o início de outubro deste ano 29.689 pessoas estão dispostas a dar um novo lar a essas crianças. Matematicamente, sobrariam pais, mas a realidade é diferente. O banco de dados do Conselho Nacional de Justiça revela que a maioria dos pretendentes, cerca de 80 por cento, querem filhos de até três anos de idade. E quase 40 por cento preferem crianças brancas. Entre as crianças disponíveis para adoção, apenas 12% estão no perfil procurado. O juiz Francisco Oliveira Neto, da Associação dos Magistrados do Brasil, explicou este é o principal motivo das filas de candidatos de um lado, e milhares de crianças e adolescentes aguardando do outro. (FRANCISCO OLIVEIRA NETO) No Brasil inteiro isso se apresenta, como uma questão em que nós temos um excessivo número de pessoas que escolhem o tipo de criança, e essa criança não é a criança existente. A criança que está disponível para adoção não é normalmente uma criança branca, com menos de um ano de idade. É uma criança mais velha, algumas com problemas de saúde, e essa realidade tem que ser enfrentada. As pessoas têm o direito de escolher. Mas nós temos que alertar a conseqüência da escolha. Para que não se criem alguns mitos. (Cardim) A nova lei de adoção, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada em 2009 pelo presidente da República, busca aumentar as chances das crianças fora da faixa de preferência conseguirem um lar, e também resolver as dificuldades enfrentadas pelos menores sem família e pelos adultos que querem adotar. A autora do projeto, senadora Patrícia Saboya, do PDT do Ceará, é mãe adotiva e disse que a iniciativa é um avanço. (PATRÍCIA) Vai dar a chance e a oportunidade a que milhares de crianças que hoje estão abrigadas e muitas que não têm a necessidade de estarem abrigadas possam ser devolvidas às suas famílias biológicas. E aquelas que não puderem, por não terem uma família biológica que possa lhes acolher, que sejam filhos de tantas mães e de tantos pais que sonham com essa possibilidade. (Cardim) Pela legislação, apenas quando se esgota a possibilidade de a criança ficar com a própria família, ela é encaminhada para o Cadastro Nacional de Adoção. O banco de dados facilita o cruzamento das informações de acordo com as preferências dos pretendentes e o perfil da criança.
14/10/2010, 01h46 - ATUALIZADO EM 14/10/2010, 01h46
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