Produtores de cacau do Pará reclamam da falta de assistência técnica — Rádio Senado

Produtores de cacau do Pará reclamam da falta de assistência técnica

LOC: OS PRODUTORES DE CACAU NO PARÁ SE QUEIXAM DA FALTA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA. 

LOC: OS PROBLEMAS NA REGIÃO CACAUEIRA PARAENSE FORAM DEBATIDOS NESTA TERÇA-FEIRA NO SENADO. A REPORTAGEM É DE ADRIANO FARIA: 

TÉC: A Costa do Marfim, derrotada pela seleção brasileira na Copa do Mundo, ganha de goleada do Brasil quando o assunto é produção de cacau. Maiores produtores mundiais, os marfinenses entregam todo ano ao mercado um milhão e seiscentas mil toneladas da matéria-prima do chocolate, enquanto o Brasil produz 160 mil. O país, que já foi o segundo produtor mundial, concentra a maior parte das plantações na região de Ilhéus, na Bahia. E para o senador Flexa Ribeiro, do PSDB, as outras regiões produtoras não recebem a atenção que merecem, inclusive o estado dele, o Pará. (FLEXA) Quando se fala em cacau, só se lembra da Bahia. Eu não tenho nada a opor que se dê apoio e se dê incentivos aos produtores de cacau da Bahia. Eu tenho, sim, contra que não se faça a mesma coisa com o Pará. (REPÓRTER) Flexa Ribeiro foi um dos autores do requerimento de audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária para discutir os problemas dos produtores de cacau no Pará. Representante da Federação da Agricultura do Estado, Francisco Castro reclamou que falta assistência técnica para os produtores. E citou um diálogo que teve recentemente com o diretor da Ceplac, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira. (FRANCISCO) Esses dias ele chegou lá e falou: ¿Vai chegar um monte de camionete.¿ Eu falei: ¿Vem um monte de técnicos dentro?¿ Ele falou: ¿Não, os técnicos vêm depois.¿ Nós precisamos de técnicos, e o produtor está levando aquilo a duras penas. E nós não podemos trabalhar em nenhuma cultura neste país, ou neste mundo nosso, sem ter tecnologia. (REPÓRTER) O diretor Jay Wallace disse que a Ceplac não faz concurso público há 23 anos e reconheceu a carência de técnicos para dar assistência nas lavouras de cacau no Pará. A falta de pessoal, segundo ele, fica mais evidente com a política do órgão de distribuir sementes para os novos produtores. (JAY) Esses 15 milhões de sementes equivalem a expansão anual da ordem de 10 mil a 12 mil hectares de cacau por ano no estado do Pará. E que em grande parte se constituem em áreas novas, e áreas novas significam produtor novo, sem experiência para plantar cacau. (REPÓRTER) Dados da Ceplac mostram que o Pará produz 60 mil toneladas de cacau por ano. Uma plantação de cacau na Bahia rende em média 250 quilos por hectare, e no Pará a produtividade é bem maior, podendo chegar a mil quilos por hectare. Contribuem para isso a fertilidade do solo e o tipo de cacau nativo da Amazônia. 
22/06/2010, 01h47 - ATUALIZADO EM 22/06/2010, 01h47
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