Literatura indígena, fonte de conhecimento e cultura
Um dos elementos marcantes da cultura indígena é a oralidade e a literatura produzida por esses indígenas é a fonte mais acessível de se conhecer as narrativas dessa cultura.
Por muito tempo, o que se sabia sobre os povos originários no Brasil era fruto do trabalho e das publicações dos antropólogos e folcloristas. Mas, sobretudo a partir dos anos 1990, os próprios indígenas passaram a escrever também suas histórias, que antes estavam presentes somente na forma oral.
A literatura que eles produzem nos permite conhecer mais de seus costumes, trajetórias, contos e tradições. E com o conhecimento da cultura dos povos originários vem o respeito e a superação de desafios e preconceitos.
Assim, em homenagem ao Dia dos Povos Indígenas, o Autores e Livros destaca na edição dessa semana a literatura produzida por indígenas com poesia, contos, coletâneas e estudos. Na entrevista, uma conversa com Martha Lima, organizadora da coletânea "Oboré: quando a Terra fala".
Autores no programa: Martha Lima, Roni Wasiry Guará, Renê Kithãulu, Olívio Jekupe, Marcia Kambeba, Eliane Potiguara e Julie Dorrico
Transcrição
1ª parte
OLÁ, SOU ANDERSON MENDANHA E COMEÇA AGORA MAIS UM AUTORES E LIVROS, QUE HOJE TRAZ LANÇAMENTOS, DICAS DE LEITURA E A ENTREVISTA SOBRE LITERATURA INDÍGENA.
SENDO A CULTURA INDÍGENA EXTREMAMENTE MARCADA PRINCIPALMENTE PELA ORALIDADE, OS LIVROS SÃO UMA FORMA ESCRITA E MAIS ACESSÍVEL DE SE CONHECER AS NARRATIVAS QUE CONTAM SOBRE OUTRO MODO DE SER E ESTAR NA TERRA.
POR MUITO TEMPO, TUDO QUE SABÍAMOS SOBRE OS INDÍGENAS NO BRASIL – SEU MODO DE VIDA E SEUS MITOS – ERA COLETADO E PUBLICADO POR ANTROPÓLOGOS E FOLCLORISTAS. MAS, SOBRETUDO A PARTIR DOS ANOS 1990, OS PRÓPRIOS INDÍGENAS PASSARAM A ESCREVER TAMBÉM SUAS HISTÓRIAS, QUE ANTES ESTAVAM PRESENTES SOMENTE NA FORMA ORAL.
A LITERATURA QUE ELES PRODUZEM NOS PERMITE CONHECER MAIS DE SEUS COSTUMES, TRAJETÓRIAS, CONTOS E TRADIÇÕES. E COM O CONHECIMENTO DA CULTURA DOS POVOS ORIGINÁRIOS VEM O RESPEITO E A SUPERAÇÃO DE DESAFIOS E PRECONCEITOS.
ASSIM, VAMOS JUNTOS CONHECER UM POUCO MAIS DOS AUTORES E AUTORAS INDÍGENAS!
BG
A GENTE COMEÇA FALANDO DO LIVRO "OBORÉ: QUANDO A TERRA FALA", QUE É ORIUNDO DE UM ENCONTRO HISTÓRICO DE SETE ETNIAS INDÍGENAS DOS QUATRO CANTOS DO BRASIL. O LIVRO REÚNE OS REPRESENTANTES INDÍGENAS EM SEUS MOMENTOS DE TOTAL ABERTURA AO DIÁLOGO, EMERGINDO DO LOCAL PARA O GLOBAL, DO TERRITÓRIO PARA O PLANETA, DOS POVOS ORIGINÁRIOS PARA A CIVILIZAÇÃO PLANETÁRIA ATUAL.
O JORNALISTA CELSO CAVALCANTE CONVERSOU COM MARTHA LIMA, ORGANIZADORA DO LIVRO. VAMOS ACOMPANHAR.
RELEMBRANDO, "OBORÉ: QUANDO A TERRA FALA" ESTÁ DISPONÍVEL NO INSTAGRAM @ORIGINARIOSDOBRASIL, DIRETO COM A MARTHA LIMA, OU NA AMAZON.
BG
A GENTE FAZ AGORA UM BREVE INTERVALO E DAQUI A POUCO VOLTO COM ALGUMAS DICAS DE LEITURA E LANÇAMENTOS DE LIVROS PRODUZIDOS POR INDÍGENAS.
2ª parte
AUTORES E LIVROS DE VOLTA! SOU ANDERSON MENDANHA E ESTAMOS TRANSMITINDO DE BRASÍLIA PARA TODO O BRASIL PELA REDE SENADO DE RÁDIO E EM CONJUNTO COM A RÁDIOS PARCEIRAS.
ESTAMOS TAMBÉM NO SITE DA RÁDIO SENADO E NAS PRINCIPAIS PLATAFORMAS DE PODCAST.
BG
EU ABRO ESSE SEGUNDO BLOCO FALANDO DE UM LANÇAMENTO DAS EDIÇÕES CÂMARA: REPERTÓRIO BIBLIOGRÁFICO SOBRE A QUESTÃO INDÍGENA NO BRASIL.
ORGANIZADO PELO SERVIDOR JAIR FRANCELINO FERREIRA, COM PREFÁCIO DA DEPUTADA CÉLIA XAKRIABÁ, É MAIS UMA OBRA DE REFERÊNCIA IDEALIZADA PELA BIBLIOTECA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS.
O JAIR EXPLICA PARA GENTE OS DETALHES DESSE REPERTÓRIO:
SE INTERESSOU POR ESSE REPERTÓRIO? ENTÃO ACESSE LIVRARIA.CAMARA.LEG.BR/ E BAIXE GRÁTIS A VERSÃO DIGITAL OU COMPRE A VERSÃO IMPRESSA A PREÇO DE CUSTO.
BG
QUE TAL AGORA ALGUMAS DICAS DE OBRAS DA LITERATURA INDÍGENA BRASILEIRA PARA CRIANÇAS E JOVENS?
EU COMEÇO COM OLHO D’ÁGUA: O CAMINHO DOS SONHOS, DE RONI WASIRY GUARÁ, PUBLICADO PELA AUTÊNTICA EDITORA.
VENCEDORA DO 8º CONCURSO TAMOIOS DE TEXTOS DE ESCRITORES INDÍGENAS, ESSA OBRA NARRA TRADIÇÕES E DIFERENTES TEMPOS VIVIDOS PELO POVO MARAGUÁ, DO AMAZONAS. POR MEIO DE UM TEXTO POÉTICO, O NARRADOR PERMITE QUE CONHEÇAMOS UM POUCO DOS ANSEIOS, DAS DECEPÇÕES E ESPERANÇAS DE SEU POVO, QUE TEVE A VIDA AFETADA PELO CONTATO COM O NÃO-ÍNDIO.
OUTRA DICA É IRAKISU: O MENINO CRIADOR, DE RENÊ KITHÃULU COM ILUSTRAÇÕES DO AUTOR E DAS CRIANÇAS NAMBIKWARA, PUBLICADO PELA PEIRÓPOLIS.
ESSE LIVRO, O PRIMEIRO FEITO PELOS NAMBIKWARA, QUE MORAM NO MATO GROSSO E EM RONDÔNIA, APRESENTA NARRATIVAS DE ORIGEM E TRADIÇÕES DESSE POVO. O TEXTO DESTACA AS DIFERENÇAS CULTURAIS E LINGUÍSTICAS DOS POVOS INDÍGENAS E VALORIZA AS IDENTIDADES CONSTRUÍDAS PELA VOZ DE CADA POVO NATIVO.
E FECHO ESSAS DICAS PARA CRIANÇAS E JOVENS COM O PRESENTE DE JAXY JATERÊ, DE OLÍVIO JEKUPE, PUBLICADO PELA PANDA BOOKS.
KEREXU TINHA OUVIDO DOS MAIS VELHOS VÁRIAS HISTÓRIAS DE JAXY JATERÊ, O PROTETOR DA FLORESTA. POR SER PODEROSO, AS PESSOAS PODEM FAZER PEDIDOS A ELE, MAS ELA NÃO SABIA COMO CHAMÁ-LO. PORÉM, SUA PRIMA CONHECIA O SEGREDO E O ENSINOU A KEREXU.
CERTA NOITE, KEREXU ADENTROU NA FLORESTA, REALIZOU O RITUAL E FEZ UM PEDIDO. SERÁ QUE JAXY JATERÊ IRÁ ATENDÊ-LA? ABRA AS PÁGINAS DESTE LIVRO E DESCUBRA O DESEJO DE KEREXU E COMO TERMINA ESTA HISTÓRIA DO POVO GUARANI.
BG
DANIEL MUNDURUKU LANÇA NESTE MÊS O LIVRO SAWÉ - O GRITO ANCESTRAL.
SAWÉ É COMO OS INDÍGENAS MUNDURUKU ANUNCIAVAM QUE ESTAVAM ENTRANDO EM BATALHA. ERA UM GRITO PARA ASSUSTAR O INIMIGO, MAS LEMBRAR A CORAGEM ESTRATÉGICA QUE ESSE POVO DESENVOLVEU AO LONGO DE SUA TRAJETÓRIA DE RESISTÊNCIA.
MAS NÃO É DISSO QUE TRATA O NOVO LIVRO DE DANIEL MUNDURUKU. O SAWÉ DO TÍTULO REMEMORA O GRITO ANCESTRAL QUE HOJE AINDA ESTÁ NA MEMÓRIA DESSE POVO VALENTE. PENSANDO NISSO, O AUTOR ESTABELECEU UM CONTATO ENTRE O PASSADO E O PRESENTE.
O PASSADO É REPRESENTADO PELO HERÓI CRIADOR DOS MUNDURUKU QUE, CONVOCADO PARA SE FAZER PRESENTE, VISITA O TERRITÓRIO QUE CRIOU E VAI DESCOBRINDO COMO OS HUMANOS FORAM DESTRUINDO A NATUREZA NA BUSCA DE RIQUEZA E PODER.
É A HISTÓRIA DO ENCONTRO PRESENTE COM O ENCONTRO PASSADO PARA DIZER QUE SÓ HÁ UM JEITO DE MANTER O CÉU SUSPENSO: UNIR TODOS COM O ÚNICO OBJETIVO DE SALVAR A NATUREZA DA COMPLETA DESTRUIÇÃO. SERÁ QUE ISSO AINDA É POSSÍVEL?
PUBLICADO PELA UKÁ EDITORIAL, SAWÉ - O GRITO ANCESTRAL ESTÁ DISPONÍVEL EM MARACÁ LIVRARIA. LIVRARIAMARACA.COM.BR. LÁ VOCÊ ENCONTRA TAMBÉM DIVERSOS OUTRAS OBRAS ESCRITAS POR INDÍGENAS.
BG
EU FINALIZO ESSAS NOSSAS DICAS DE LEITURA DE LITERATURA INDÍGENA COM POESIA.
ODE AOS LIVROS, DE EVA POTIGUARA.
LIVROS SÃO PÁSSAROS BANIDOS...
AVENTUREIROS REVIRANDO SENTIDOS,
QUEBRANDO VIDRAÇAS DE OPRESSÃO,
DE CONCEITOS DE TRADIÇÃO.
ELES RASGAM CORTINAS DE EGOS,
ABREM BAÚS COMO MARTELOS,
COMO DELIQUENTES RIVAIS,
DE PARADIGMAS BANAIS.
OH LIVROS RENEGADOS...
REIS ABANDONADOS...
COMO ÁGUIAS FAMINTAS,
CONSUMAM EM TINTAS,
VERSOS E PROSAS,
ESPINHOS E ROSAS.
OH AVES MENSAGEIRAS,
SAIAM DAS BELAS ESTANTES!
DOMINEM AS FRONTEIRAS,
DE NOSSOS HORIZONTES!
LIVROS, LIVRAI-NOS!
E LIVRES,
LIVREMOS!!
EVA POTIGUARA É ESCRITORA E POETISA, DOUTORA EM EDUCAÇÃO PELA UFRN. ENTRE SUAS PUBLICAÇÕES ESTÃO, NA POESIA, DO CASULO À BORBOLETA E, NA LITERATURA INFANTIL, GATOS DIVERSOS. LANÇOU EM 2022, PELA UKA EDITORIAL, CÂNTICOS DE UMA FILHA DA TERRA, SUA VOZ POÉTICA EM DEFESA DA NATUREZA E DOS POVOS INDÍGENAS.
BG
DESTACO A POESIA DE MARCIA KAMBEBA:
MÁRCIA KAMBEBA É ATIVISTA INDÍGENA, ESCRITORA, POETA, COMPOSITORA, CONTADORA DE HISTÓRIAS, PROFESSORA, DOUTORANDA EM LETRAS - UFPA.
SEUS LIVROS ESTÃO DISPONÍVEIS NA AMAZON E DEMAIS PORTAIS DE LIVROS E TAMBÉM NO SITE DA MARACÁ LIVRARIA. REPETINDO O ENDEREÇO PARA VOCÊ. LIVRARIAMARACA.COM.BR.
BG
E CHEGOU A HORA DA POESIA DO ENCANTOS DE VERSOS.
TEC.
OLÁ! 19 DE ABRIL MARCA O DIA DOS POVOS INDÍGENAS E EM 22 DE ABRIL COMEMORAMOS 523 ANOS DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL. POR ISSO, HOJE, O ENCANTOS DE VERSOS PRESTA HOMENAGEM A TRÊS POETISAS INDÍGENAS, CUJAS VOZES EXALTAM A FORÇA DOS POVOS ORIGINÁRIOS.
OP: https://www.youtube.com/watch?v=bgry6D00bHc&ab_channel=MomentHealing
LOC: PRA COMEÇAR, TRAZEMOS VERSOS DE MÁRCIA KAMBEBA, INDÍGENA DO POVO OMÁGUA/KAMBEBA NO ALTO SOLIMÕES, AMAZONAS. NASCIDA NA ALDEIA BELÉM DO SOLIMÕES, DO POVO TIKUNA, MÁRCIA É ESCRITORA, POETA, COMPOSITORA, FOTÓGRAFA, MESTRA EM GEOGRAFIA PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS E ATIVISTA. ELA PERCORRE O BRASIL E A AMÉRICA LATINA PARA DIVULGAR A CULTURA INDÍGENA. EXEMPLO DISSO ENCONTRAMOS NO POEMA “ÍNDIO EU NÃO SOU”: OP: https://www.youtube.com/watch?v=bgry6D00bHc&ab_channel=MomentHealing- Música Indigena Instrumental - POEMA 1
Não me chame de “índio” porqueEsse nome nunca me pertenceuNem como apelido quero levarUm erro que Colombo cometeu.
Por um erro de rotaColombo em meu solo desembarcouE no desejo de às Índias chegarCom o nome de “índio” me apelidou.
Esse nome me traz muita dorUma bala em meu peito transpassouMeu grito na mata ecoouMeu sangue na terra jorrou.
Chegou tarde, eu já estava aquiCaravela aportou bem aliEu vi “homem branco” subirNa minha Uka me escondi.
Ele veio sem permissãoCom a cruz e a espada na mãoNos seus olhos, uma missãoDizimar para a civilização.
“Índio” eu não sou.Sou Kambeba, sou TembéSou kokama, sou SataréSou Guarani, sou ArawatéSou tikuna, sou SuruíSou Tupinambá, sou PataxóSou Terena, sou TukanoResisto com raça e fé
LOC: AGORA UM POUCO DA VIDA E DA OBRA DA ESCRITORA, PROFESSORA E ATIVISTA CARIOCA ELIANE LIMA DOS SANTOS, MAIS CONHECIDA COMO ELIANE POTIGUARA, EM RAZÃO DE SUA ORIGEM ÉTNICA POTIGUARA, DO TRONCO TUPI GUARANY. FORMADA EM LETRAS E EDUCAÇÃO, COM ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ELIANE POTIGUARA É FUNDADORA E COORDENADORA DA 1ª ORGANIZAÇÃO DE MULHERES INDÍGENAS NO PAÍS. DELA, SELECIONEI PRA VOCÊ “EU NÃO TENHO MINHA ALDEIA”, DO LIVRO "METADE CARA, METADE MÁSCARA”: OP: https://www.youtube.com/watch?v=Ecl0UMHBxEs&ab_channel=SteveHanfley- Índios 1 - Marcos Suzano | Novo Mundo [Instrumental] - POEMA 2
Eu não tenho minha aldeia
Minha aldeia é minha casa espiritual
Deixada pelos meus pais e avós
A maior herança indígena.
Essa casa espiritual
É onde vivo desde tenra idade
Ela me ensinou os verdadeiros valores
Da espiritualidade
Do amor
Da solidariedade
E do verdadeiro significado
Da tolerância.
Mas eu não tenho a minha aldeia
E a sociedade intolerante me cobra
Algo físico que não tenho
Não porque queira
Mas porque de minha família foi tirada
Sem dó, nem piedade.
Eu não tenho minha aldeia
Mas tenho essa casa iluminada
Deixada como herança
Pelas mulheres guerreiras
Verdadeiras mulheres indígenas
Sem medo e que não calam sua voz.
Eu não tenho minha aldeia
Mas tenho o fogo interno
Da ancestralidade que queima
Que não deixa mentir
Que mostra o caminho
Porque a força interior
É mais forte que a fortaleza dos preconceitos.
Ah! Já tenho minha aldeia
Minha aldeia é meu Coração ardente
É a casa de meus antepassados
E do topo dela eu vejo o mundo
Com o olhar mais solidário que nunca
Onde eu possa jorrar
Milhares de luzes
Que brotarão mentes
Despossuídas de racismo e preconceito.
LOC: NOSSA TERCEIRA HOMENAGEADA CHAMA-SE JULIE DORRICO: ESCRITORA, PESQUISADORA E CURADORA DE LITERATURA INDÍGENA, DESCENDENTE DO POVO MACUXI. NASCIDA NAS TERRAS DA CACHOEIRA PEQUENA, CONHECIDAS COMO GUAJARÁ-MIRIM, EM RONDÔNIA, JULIE É DOUTORA EM TEORIA DA LITERATURA E MESTRE EM ESTUDOS LITERÁRIOS. OUÇA AGORA O POEMA NÃO HÁ FRONTEIRAS PARA O PERTENCIMENTO, DA OBRA"EU SOU MACUXI E OUTRAS HISTÓRIAS". OP: https://www.youtube.com/watch?v=kXfdPWh7XgA&ab_channel=InstrumentalSescBrasil - Dante Ozzetti e Trio Manari | Lundo Indigena (Dante Ozzetti) | Instrumental Sesc Brasil- POEMA 3
De um porto a outro
De norte a sul
Karitiana, guarani e macuxi
De um gosto a outro
Cruzeiro-do-sul
Kaingang, omágua/kambeba, pankararu
De um porto a outro
De norte a sul
Do meu ponto de referência
Viva os munduruku!
De um gosto a outro
De norte a sul
Wapichana, mura e mara-guaçús
Baniwa, Kadiwel e Guaicurús
No silêncio dos olhos de meus parentes amarelos
Ouço os sons dos maracás
Vejo a cor do urucum e do jenipapo em suas peles
Sinto o orgulho do pertencimento que sempre exala em seus cabelos!
Em suas sombras toca o tambor:
Eu sou! Eu sou! Eu sou!
Indígena eu sou!
De um porto a outro
De norte a sul
Do meu ponto de referência
Viva os kai-gua-ya-xucu
De um porto a outro
De norte a sul
Povos indígenas
Nessa vida e em tantas outras
Eu sou.
LOC: VALE LEMBRAR QUE EM 2008 A LEI 11.465 TORNOU OBRIGATÓRIO O ESTUDO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NAS REDES DE ENSINO. PRA ENCERRAR, DEIXO VOCÊ NA COMPANHIA DE MÁRCIA KAMBEBA INTERPRETANDO CUARA-AÇU, CANÇÃO DELA QUE FALA DA IMPORTÂNCIA DE SE VOLTAR À ALDEIA:
ESSE FOI O ENCANTOS DE VERSOS DESSA SEMANA, PRODUZIDO E APRESENTADO POR MARLUCI RIBEIRO.
BG
EU CONVIDO VOCÊ A PARTICIPAR DO AUTORES E LIVROS COM A SUA DICA DE LEITURA PELO NOSSO WHATSAPP, TANTO POR MENSAGEM DE TEXTO QUANTO MENSAGEM DE VOZ. ANOTE O NÚMERO: 61 9 8611-9591.
BG
E ASSIM O AUTORES E LIVROS VAI FICANDO POR AQUI. OBRIGADO SEMPRE PELA SUA COMPANHIA. SOU ANDERSON MENDANHA E O PROGRAMA DE HOJE TEVE PRODUÇÃO DE ANA BEATRIZ SANTOS E KEULE TORRES E TRABALHOS TÉCNICOS DE CRIS MELLO E JOSEVALDO SOUZA.
ATÉ A PRÓXIMA. BOA LEITURA!
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