35 - O Senado, o governo Sarney e a eleição de Fernando Collor
A morte de Tancredo Neves deixou o Brasil em dúvida sobre o futuro do recém iniciado processo democrático. A incerteza em relação ao que aconteceria tomou conta de todos, mas a solução encontrada mostrou-se a mais acertada para a democracia brasileira.
José Sarney, o vice que virou presidente da República, conduziu o país com um governo de conciliação e atravessou os cinco anos de mandato sem ameaças de volta ao autoritarismo.
Sarney manteve a promessa de Tancredo Neves de promover uma nova Constituição e convocou a Assembleia Nacional Constituinte, que seria eleita em 1986. O presidente também acabou de vez com a censura à imprensa, ampliou o pluripartidarismo e legalizou plenamente o sindicalismo e as grandes centrais sindicais. Além disso, Sarney garantiu a eleição direta de seu sucessor, Fernando Collor de Mello, fato que selou a volta da democracia.
Mas o governo Sarney também foi marcado pelo fantasma da inflação. O presidente tentou contê-lo com a edição de planos econômicos. Ao anunciar o primeiro deles, o Plano Cruzado, Sarney conclamou os brasileiros e as brasileiras a fiscalizarem o comércio para garantir que os preços não seriam remarcados. Mas mesmo com a ajuda dos "fiscais do Sarney", o plano não teve sucesso duradouro no combate à inflação. Nem, tampouco, os planos que o sucederam.