Senado promove seminário sobre a democracia na América Latina e Brasil
23/07/2025, 15h47
Com a participação do cientista político Steven Levitsky, o Senado Federal realizará, no dia 12 de agosto, no Auditório Petrônio Portella, o seminário “Democracia em perspectiva na América Latina e no Brasil”. O objetivo é aprofundar o debate sobre os desafios enfrentados pela democracia na América Latina e no Brasil e refletir sobre a importância do fortalecimento democrático.
Levitsky é professor de Ciência Política na Universidade de Harvard, com foco em estudos da América Latina e do mundo em desenvolvimento. É conhecido por sua pesquisa sobre democratização, autoritarismo, partidos políticos e instituições fracas e informais, com atenção especial para a América Latina.
Ele é autor, com Daniel Ziblatt, do best-seller “Como as democracias Morrem”. A obra analisa como regimes democráticos podem entrar em colapso não apenas por golpes militares, mas por meio de erosões graduais promovidas por líderes eleitos que minam instituições democráticas por dentro.
Também participa do debate a historiadora e cientista política Heloísa Starling, professora da Universidade Federal de Minas Gerias (UFMG) e conhecida por suas obras sobre a história do Brasil.
O seminário
Na abertura do seminário, Steven Levitsky fará uma análise comparada sobre os processos de erosão democrática no mundo, com ênfase na realidade latino-americana e brasileira e reflexões sobre como fortalecer as instituições democráticas diante de desafios contemporâneos.
A mesa de debates, composta pelo senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Heloísa Starling, vai abordar "A Construção da Democracia no Brasil: História, Conquistas e Fragilidades" e o “Papel do Legislativo na Defesa da Democracia".
Para o senador Randolfe Rodrigues, presidente do Conselho Editorial do Senado (Cedit), o seminário é uma oportunidade para o fortalecimento do diálogo entre o Senado, a academia e a sociedade.
—A democracia na América Latina e no Brasil tem enfrentado desafios significativos nas últimas décadas, desde crises institucionais até ameaças ao Estado de Direito. Diante desse cenário, torna-se imprescindível a promoção de espaços públicos de reflexão, debate e fortalecimento dos princípios democráticos — afirma Randolfe.
Estudantes, pesquisadores e demais interessados no tema poderão se inscrever antecipadamente pelo portal do Senado. Será concedido certificado de participação.
Lançamento
Durante o evento será lançada a coletânea "Democracia ontem, hoje e sempre", composto de quatro livros reeditados pelo Conselho Editorial do Senado. 1964 Visto e Comentado pela Casa Branca, de Marcos Sá Corrêa, analisa documentos oficiais dos Estados Unidos sobre o golpe de 1964, destacando a visão da Casa Branca sobre a queda do ex-presidente João Goulart.
Sessenta e Quatro: Anatomia da Crise, de Wanderley Guilherme dos Santos, examina os fatores internos e externos do colapso democrático, ressaltando a polarização entre progressistas e conservadores, além do papel das elites e das instituições.
A segunda edição (Cedit, Senado Federal, 2025) de “Explode Um novo Brasil – Diário da Campanha das Diretas” do jornalista Ricardo Kostcho. A obra trata de um dos momentos mais emblemáticos da democracia brasileira. A primeira edição foi lançada em 1984.
Também faz parte da coleção o livro inédito “1964: Álbum Fotográfico de um Golpe de Estado”, organizado por Heloisa Starling, Danilo Marques e Livia de Sá. Resultado da parceria do Conselho Editorial do Senado com o Projeto República, vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), reúne 71 imagens que ilustram a radicalização política e os bastidores do golpe de 1964, desde a preparação dos conspiradores e a propaganda anticomunista até os movimentos das tropas e a deposição de João Goulart.
Ao destacar a importância da coleção, o senador Randolfe Rodrigues enfatizou que os 40 anos da redemocratização são a maior conquista civilizatória do Brasil.
—Nossa história republicana nunca teve um período tão longevo sob a égide da mesma Constituição, sob a égide do Estado Democrático de Direito. Há uma geração inteira que não lembra o que era o arbítrio, que não lembra o que era o Estado de exceção. [A coleção é importante] para não deixar esquecer isso, para que isso nunca mais volte a acontecer — disse.
As publicações estarão disponíveis na Livraria do Senado a preço de custo. A versão digital pode ser baixada gratuitamente.
Serviço
Pesquisa em todas informações que aparecem na página da matéria, como ementa, apelido, tramitação, descrição dos arquivos anexados, etc.
Exemplos de busca: PLS 50/1990, crimes hediondos, "rol dos crimes hediondos"


