Projeto de educação de qualidade levaria 30 anos e custaria 6,5% do PIB, estima Cristovam
O Plano Nacional de Educação aprovado em 2014 pelo Congresso completa três anos este ano. Ele contém 20 metas para a educação em todos os níveis, do ensino infantil à pós-graduação, para serem alcançadas em dez anos, até 2024. Até agora porém, nesses três anos, apenas 20% das metas foram cumpridas, segundo o Observatório do PNE. O sen. Cristovam Buarque falou ao Salão Nobre que esse resultado já era esperado, porque educação não é prioridade no país e nunca foi em nenhum governo.
Para além do resultado, Cristovam acredita que o PNE pouco vai alterar a educação brasileira. As metas que foram cumpridas, seriam mesmo sem o plano. É para inglês ver. Não adianta ter meta sem definir como fazer” critica.
Para que a educação brasileira dê um salto, ele sugere escolher alguns municípios que seriam alvo de grande investimento em educação, como um tubo de ensaio, e neles haveria escola de qualidade, ensino integral, com equipamentos modernos e professores qualificados. Depois, esse modelo seria expandido para o resto do país. Também seria necessário federalizar a educação básica, como ele propõe na PEC 32/2013, de sua autoria.
A implantação da proposta, para Cristovam, é possível, mesmo em tempo de corte de gastos. Ele estima que ela levaria cerca de 30 anos, considerando 2% ao ano de crescimento da economia. “Se você fizer em 30 anos, vai custar 6,5% do PIB. Não precisa de 10%”, como está previsto na meta 20 do PNE, explica o senador. Para Cristovam, o problema da educação não é dinheiro: “se você para os vazamentos, é saber fazer e definir quanto tempo vai levar”.
Autor de um dos primeiros projetos que fixou o piso nacional para o professor, ele também defende que o salário chegue a dez mil reais e garante que é possível, se a educação passar a ser prioridade, como fez a Irlanda, a Finlândia e a Coréia do Sul.
