Senadores e convidados criticam proposta de reforma da Previdência — Rádio Senado
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Senadores e convidados criticam proposta de reforma da Previdência

Senadores e convidados criticam necessidade de fazer a reforma da Previdência neste momento e afirmam que não há déficit na Seguridade Social. As centrais sindicais comunicam que pode haver greve geral no país se o governo insistir com essa intenção. A reforma da Previdência e outras medidas propostas pelo Executivo foram discutidas em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH) nesta quinta-feira (04).

04/02/2016, 12h53 - ATUALIZADO EM 04/02/2016, 13h06
Duração de áudio: 02:40
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: SENADORES E CONVIDADOS CRITICAM NECESSIDADE DE FAZER A REFORMA DA PREVIDÊNCIA NESTE MOMENTO E AFIRMAM QUE NÃO HÁ DÉFICIT NA PREVIDÊNCIA. E AS CENTRAIS SINDICAIS COMUNICAM QUE PODE HAVER GREVE GERAL NO PAÍS SE O GOVERNO INSISTIR COM ESSA INTENÇÃO. LOC: A REFORMA DA PREVIDÊNCIA E OUTRAS MEDIDAS PROPOSTAS PELO EXECUTIVO FORAM DISCUTIDAS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA DO SENADO NESTA QUINTA-FEIRA. INFORMAÇÕES COM A REPÓRTER IARA FARIAS BORGES. TÉC: A reforma da Previdência, juntamente com a recriação da CPMF e a redução dos gastos públicos, foram medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff na abertura dos trabalhos legislativos. E, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, a reforma da Previdência recebeu forte resistência dos participantes. A professora do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Denise Lobato Gentil, afirmou que não há problemas com a Previdência, mas com o nível de desonerações das empresas. Na avaliação dela, o governo errou ao abrir mão, em 2015, de 62 bilhões de reais, com desoneração do setor privado, quando deveria investir esses recursos em benefício da sociedade. (DENISE) “As desonerações da Seguridade Social atingem em torno de 2,7% do PIB. O governo renuncia a essas receitas que deviam estar a serviço do atendimento das necessidades da população e que vão se transformar em margem de lucro do setor privado. E o que é pior: essa estratégia não funcionou. Então, realmente, a política fiscal do governo Dilma se tornou um retumbante fracasso”. (Iara): Também o senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro, discorda da reforma da Previdência. (LINDBERGH) “Seria muito cruel. Depois de se dar desoneração para as grandes empresas, aí dá uma desequilibrada nos rumos da Previdência, aí vamos atacar os trabalhadores, os mais pobres. Então, nós temos que ter forças, neste momento, para mostrar que o rumo está errado. Às vezes, o melhor amigo não o que fica calado, não, o melhor amigo é o que tá dizendo: Tá errado o caminho! Tá errado o caminho!”. (Iara): Na opinião do representante da Fasubra, Sindicato de Trabalhadores em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil, Mário Guimarães Filho, o déficit da Previdência é uma falácia, pois parte das receitas é deixada de fora na divulgação de dados pelo governo. Ele disse que a reforma previdenciária retira direitos e não descartou a possibilidade de greve geral no país. (GUIMARÃES) “Nós estamos caminhando para uma sociedade sem direitos. Se caso o governo insistir com essa reforma da Previdência, é muito importante que a CTB, a CUT, organizem uma poderosa greve aqui neste país para que a gente possa resistir a esse duro ataque que o governo está fazendo às classes trabalhadoras”. (Iara): Também participaram da audiência representantes de centrais sindicais, da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, a ANFIP, e da Associação Latino-Americana de Juízes do Trabalho. A audiência foi requerida pelo presidente da CDH, o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.

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