Fala de Portugal sobre indenizar ex-colônias repercute entre senadores — Rádio Senado
Escravidão

Fala de Portugal sobre indenizar ex-colônias repercute entre senadores

O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), Renan Calheiros (MDB-AL) reagiu à fala do presidente português sobre a dívida histórica de Portugal pela escravidão. Marcelo Rebelo de Sousa declarou que Portugal deve assumiu total culpa pelos crimes cometidos no período colonial, incluindo o tráfico de pessoas na África e massacres indígenas. Para Calheiros, se trata de um reconhecimento histórico, necessário, e há muito tempo aguardado.

26/04/2024, 13h31 - ATUALIZADO EM 26/04/2024, 13h45
Duração de áudio: 02:18
br.freepik.com/Direitos reservados

Transcrição
O PRESIDENTE PORTUGUES RECONHECEU PELA PRIMEIRA VEZ A RESPONSABILIDADE DO PAÍS PELO TRÁFICO DE ESCRAVOS, MASSACRES A INDÍGENAS E BENS SAQUEADOS. SENADORES REAGIRAM À DECLARAÇÃO, QUE INCLUIU A POSSIBILIDADE DE REPARAÇÃO A EX-COLÔNIAS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou que o país é totalmente responsável por crimes contra negros e indígenas no Brasil colonial. Essa foi a primeira vez que o país europeu reconheceu a culpa pelo tráfico de escravos e massacres indígenas. Ele ainda defendeu que é preciso encontrar formas de reparação para as antigas colônias. Sem detalhar de que forma isso poderia ser feito, Marcelo, afirmou que "responsáveis não foram presos" e "bens  saqueados não foram devolvidos". A fala repercutiu entre os senadores. Para o presidente da Comissão de Relações Exteriores, Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, o reconhecimento da responsabilidade portuguesa foi por muito tempo esperada pelos brasileiros.  Ele fez uma expiação histórica, necessária, altiva, coerente e há muito aguardada. Segundo ele, Portugal foi responsável por crimes cometidos durante a escravidão transatlântica e na era colonial. Independentemente do tempo e até mesmo da materialização dessa louvável iniciativa, devo, como Presidente da Comissão de Relações Exteriores, louvar o Presidente português. Já o senador Esperidião Amim, do Progressistas de Santa Catarina, acredita que se trata de um atestado de arrependimento.  O Sr. Marcelo praticou um gesto muito importante. Do ponto de vista cristão, nós podemos dizer que é um ato de contrição. O que vem depois faz parte da história que nós vamos escrever. Meus cumprimentos pela sua iniciativa. A fala do presidente português  gerou críticas do partido de extrema direita Chega, que afirmou que a proposta de reparação é "a maior traição à pátria" e uma "vergonha". Portugal foi o país europeu que mais traficou pessoas. Estimativas apontam que quase 6 milhões de africanos foram sequestrados e escravizados pelos portugueses na era colonial, quase a metade do total de pessoas escravizadas na época, vendidas principalmente para o Brasil e Caribe. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

Ao vivo
00:0000:00