Senador sugere taxação de grandes fortunas em momento de crise — Rádio Senado
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Senador sugere taxação de grandes fortunas em momento de crise

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) pediu urgência para o projeto de lei que cria o Imposto sobre Grandes Fortunas (PLP 183/2019), que tramita na Comissão de Assuntos Econômicos. Segundo ele, se já vigorasse, a medida representaria um reforço de R$ 80 bilhões para os cofres públicos, facilitando a compra de equipamentos e remédios para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. A reportagem é de Marcella Cunha, da Rádio Senado.

24/03/2020, 16h11 - ATUALIZADO EM 24/03/2020, 16h34
Duração de áudio: 02:18
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
LOC: O SENADOR PLÍNIO VALÉRIO PEDIU URGÊNCIA PARA O PROJETO QUE CRIA IMPOSTO SOBRE GRANDE FORTUNAS. LOC: SE JÁ TIVESSE SIDO APROVADA, A MEDIDA PODERIA AMPLIAR O CAIXA DO GOVERNO EM ATÉ 80 BILHÕES DE REAIS E CONTRIBUIR NA CRISE DO CORONAVÍRUS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA TÉC: Taxar grandes fortunas. Para o senador Plinio Valério, do PSDB do Amazonas, essa pode ser a solução para reforçar o caixa do Governo Federal durante momentos de crise, como a pandemia do novo coronavírus. O novo Imposto seria aplicado para patrimônios líquidos acima de 22 milhões de reais, tanto de pessoas físicas como jurídicas. As alíquotas variam de meio a 1 por cento. Segundo Plínio Valério, se já estivesse valendo, a medida poderia significar um aporte de 80 bilhões de reais para o Governo Federal no enfrentamento do coronavírus. (Plínio) Nós estamos falando de bilhões, tirando desse pessoal que em uma hora dessa não aparece para ajudar. Então o que eu estou pedindo é urgência para que trate agora este ano, aproveitando essa onda aí, esse estado de calamidade que está todo mundo assustado. É um tabu no Congresso Nacional, mas a gente tem que enfrentar. E agora o clima pode ser de aprovação. (REP) Plínio Valério se baseou em dados da Fenafisco que mostram que 206 famílias brasileiras acumulam um patrimônio de 1 trilhão e 200 milhões de reais. Segundo a Federação, elas pagam, proporcionalmente, menos impostos que a classe média e os mais pobres. Isso porque eles tendem a ser tributados sobre o consumo e o salário, enquanto as famílias mais ricas são taxadas sobre renda de capital, com isenções para pessoas jurídicas por exemplo. Plínio Valério defende que o novo imposto vai ajudar a reduzir a regressividade do sistema tributário brasileiro. (Plínio) Não se trata de perseguir quem é rico, quem venceu, nada disso. É que não é justo esse sistema que está aí. Está na mão de pouca gente tanto dinheiro. E ao contrários dos Estados Unidos, quando os bilionários pedem para ser taxados, os nossos se escondem. Por isso a gente tem que botar na lei. (REP) Em consulta pública, a proposta recebeu 1800 votos favoráveis e 400 contrários, até o momento. O projeto aguarda deliberação da Comissão de Assuntos Econômicos. Os senadores Styvenson Valentim, do Podemos do Rio Grande do Norte, e Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe, já foram designados como relator da matéria, mas devolveram a proposta. Da Rádio Senado, Marcella Cunha PLP 183 de 2019

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