Imposto sobre grandes fortunas aumentaria arrecadação em R$ 6 bilhões — Rádio Senado

Imposto sobre grandes fortunas aumentaria arrecadação em R$ 6 bilhões

LOC: A CRIAÇÃO DE UM IMPOSTO SOBRE AS GRANDES FORTUNAS GARANTIRIA UM AUMENTO DE ARRECADAÇÃO DE SEIS BILHÕES DE REAIS POR ANO PARA A UNIÃO. 

LOC: É O QUE REVELA UM ESTUDO DA CONSULTORIA DO SENADO, FEITO A PEDIDO DA SENADORA GLEISI HOFFMANN. AS INFORMAÇÕES COM O REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. 

(Repórter) Apesar da Constituição de 88 prever a tributação das grandes fortunas, o imposto nunca foi implantado pois depende da aprovação de uma lei complementar para detalhar a cobrança. Para tirar dúvidas sobre a possibilidade de criação do imposto sobre grandes fortunas, Gleisi Hoffmann pediu um estudo à Consultoria do Senado. Em entrevista ao programa Conexão Senado, a senadora do PT do Paraná explicou que a ideia é cobrar um novo tributo apenas dos 0,2% mais ricos do Brasil, cerca de 220 mil contribuintes que têm patrimônio acima de um milhão de dólares, ou seja, mais de três milhões e 100 mil reais. 

(Gleisi Hoffmann) Se a gente aplicasse a base de um e meio por cento, a gente poderia chegar a algo próximo a 10 bi. Mas como nós temos que também dosar – a Consultoria recomenda que se nós fôssemos adotar alíquotas, elas deveriam ser de zero-meio, um por cento e um e meio por cento – se a gente fosse fazer essa escada na aplicação, a gente poderia chegar a cerca de seis bilhões de reais, que é mais ou menos a economia que se vai fazer com as mudanças que nós fizemos com o seguro desemprego. 

(Repórter) Gleisi disse acreditar que a proposta teria mais força para ser aprovada pelo Congresso se viesse do próprio governo, e que o Executivo está debatendo algumas opções como criar um imposto federal sobre heranças, já que o atual, estadual, arrecada pouco. Ela defendeu que essas mudanças são uma forma de melhorar a distribuição de renda e ter um sistema tributário mais justo, que cobra mais de quem ganha mais. 

(Gleisi Hoffmann) Qual é o maior problema do sistema tributário brasileiro? É o que a gente chama de regressividade. O imposto que cai pro pobre é o mesmo que cai pro rico. Imposto sobre circulação de mercadorias, o imposto que você paga num pacote de arroz, não importa se você ganha um salário ou se você ganha 20, vai ser o mesmo. 

(Repórter) A senadora lembrou que outra iniciativa do governo na linha de tributar o chamado “andar de cima” foi o aumento da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquidos dos bancos, de 15 para 20%. A mudança atinge também seguradoras e administradoras de cartão de crédito.
29/06/2015, 01h51 - ATUALIZADO EM 29/06/2015, 01h51
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