Carybé ajudou a consolidar cultura popular baiana, diz Lídice da Mata — Rádio Senado

Carybé ajudou a consolidar cultura popular baiana, diz Lídice da Mata

LOC: O ARTISTA PLÁSTICO CARYBÉ AJUDOU A CONSOLIDAR A CULTURA POPULAR BAIANA, AO LADO DE JORGE AMADO E DE DORIVAL CAYMMI. 

LOC: FOI O QUE AFIRMOU A SENADORA LÍDICE DA MATA NUMA HOMENAGEM AO CENTENÁRIO DE CARYBÉ, NESTA QUARTA-FEIRA, NO SENADO. A REPORTAGEM É DE ADRIANO FARIA: 

TÉC: Rivais no futebol, brasileiros e argentinos têm no artista plástico Carybé um dos maiores exemplos de integração cultural. Hector Julio Páride Bernabó nasceu em Lanús, cidade da região metropolitana de Buenos Aires, em 7 de fevereiro de 1911. Ainda menino, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde ganhou o apelido de Carybé. Mas foi em Salvador, onde se estabeleceu no início dos anos 50 e viveu até a morte, aos 86 anos, em 1997, que Carybé pode expressar nas artes plásticas a fusão da origem argentina com a cidadania baiana. Foi o que destacou o embaixador da Argentina no Brasil, Juan Pablo Lohlé. (LOHLÉ) Como me contou meu amigo Ricardo de Angellis, sobrinho argentino do artista, ainda aos 85 anos de idade, tendo morado na Bahia mais de 40 anos, enquanto Carybé pintava, cantarolava tangos. (REPÓRTER) O embaixador participou da audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado que homenageou os cem anos de nascimento do artista. Outra convidada, a filha de Carybé, Solange Bernabó, descreveu uma espécie de integração sul-americana dentro da família. (SOLANGE) Meu avô era muito aventureiro e esteve em vários países. Então, o irmão mais velho era do Mato Grosso, as duas seguintes, paraguaias, e os dois seguintes nasceram na Argentina. Por aí se vê que já era o Mercosul, já estava pinçado por meu avô. (REPÓRTER) A iniciativa da homenagem no Senado foi de Lídice da Mata, do PSB da Bahia. Para a senadora, Carybé formou, ao lado do escritor Jorge Amado e do compositor Dorival Caymmi, a tríade de personalidades que consolidaram a identidade baiana em meados do século passado. (LÍDICE) Aquilo que Carybé retrata, aquilo que Jorge Amado escreve ou que Caymmi canta naquele período era uma cultura rejeitada no Brasil. Era uma cultura de negros, de ex-escravos. (REPÓRTER) Pintor, gravador, escultor, ceramista e desenhista, Carybé dedicou boa parte de sua produção artística para retratar figuras do candomblé. Entre suas obras mais conhecidas está o conjunto de painéis Ibéricos¿, "Libertadores" e "Os povos afros" no Memorial da América Latina, em São Paulo. 
25/05/2011, 01h15 - ATUALIZADO EM 25/05/2011, 01h15
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