Pacote renegocia US$ 157 milhões em dívidas de países africanos
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou nesta quarta-feira (26) a reestruturação da dívida de três nações africanas com o Brasil: Senegal (U$ 4,88milhões), Congo (U$ 9,99 milhões) e Moçambique (U$ 143 milhões). O relator, senador Fernando Farias (MDB-AL) ressaltou que apesar de aumentar o prazo de pagamento, fica preservado o valor líquido do débito. Também foi aprovada a contratação de crédito externo de US$ 80 milhões para o Ceará junto ao BID, para modernizar a gestão fiscal estadual.

Transcrição
Os senadores aprovaram acordos que suspendem temporariamente a dívida de três países africanos com o Brasil, criando um novo cronograma para o pagamento da dívida, mas preservando o valor a ser pago. Juntos, eles somam cento e cinquenta e sete milhões de dólares. O primeiro é com Senegal, que deverá reescalonar cerca de 4,8 milhões de dólares em dívidas originalmente ligadas ao financiamento de exportações brasileiras. Também foi aprovado o acordo com o Congo, que envolve quase 10 milhões de dólares em atrasos e parcelas prorrogadas durante 2020 e 2021. O terceiro e maior acordo renegocia 143 milhões de dólares devidos por Moçambique, parte deles relacionados ao aeroporto de Nacala e a contratos do antigo programa de crédito à exportação. O relator, senador Fernando Farias, do MDB de Alagoas, defendeu que as medidas reafirmam o papel do Brasil como credor responsável e alinhado a soluções multilaterais. Isso porque os acordos proporcionam aos países devedores um alívio financeiro imediato através da dilação do prazo de pagamento, mas não implicam o perdão da dívida, como explicou Farias.
(senador Fernando Farias) "Cabe ressaltar que ao contrário do tratamento de dívida tradicionalmente negociada no Clube de Paris, a DSSI não prevê a concessão de descontos sobre o valor da dívida, devido, mas somente a a dilação do prazo de pagamento com ampliação de juros compensatórios correspondente, de modo que o valor presente líquido do débeto original é preservado."
Além das renegociações, os senadores autorizaram o Ceará a contratar um empréstimo de até 80 milhões de dólares com o Banco Interamericano de Desenvolvimento para modernizar a gestão fiscal do estado, incluindo tecnologia, auditoria e inteligência de dados. O Ceará deve oferecer uma contrapartida mínima de 10% do valor do financiamento. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

