Notícia de acordo do BC para beneficiar Campos Neto é falsa, diz Galípolo — Rádio Senado
Crimes Financeiros

Notícia de acordo do BC para beneficiar Campos Neto é falsa, diz Galípolo

A Comissão de Assuntos Econômicos ouviu os presidentes do Banco Central, Gabriel Galípolo, e do Coaf, Ricardo Saadi, a convite do senador Renan Calheiros (MDB-AL), para esclarecer a notícia de que um acordo de leniência teria beneficiado o ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, supostamente envolvido em operações cambiais irregulares quando atuava como executivo do Santander. Galípolo afirmou que a notícia é falsa. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) criticou o combate aos crimes financeiros no país.

25/11/2025, 17h53 - atualizado em 25/11/2025, 18h16
Duração de áudio: 02:44
Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

Transcrição
Gabriel Galípolo e Ricardo Saadi, respectivamente presidentes do Banco Central e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), foram convidados pelo senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, para explicarem os termos, a motivação jurídica e os impactos institucionais de um suposto acordo de leniência para encerrar um processo administrativo relacionado a possíveis falhas no acompanhamento de operações de câmbio realizadas quando Roberto Campos Neto era executivo do Banco Santander. Ao assinar o termo, o ex-presidente do BC se comprometeu a pagar R$ 300 mil para encerrar o processo, procedimento questionado por Renan Calheiros. (senador Renan Calheiros) "Soa como um acerto na tentativa de apagar as digitais das operações que equivalem hoje a R$ 2,3 bilhões. Galípolo esclareceu que acordo de leniência está fora das atribuições do Banco Central, que segue leis já definidas pelo legislativo e normas do Poder Executivo. (Gabriel Galípolo) "Ela parte de um pressuposto de uma lei cambial que teria sido aprovada pelo Banco Central, um equívoco que um conhecimento básico de funcionamento da República pode esclarecer; vai para outro equívoco que é  dizer que essa lei cambial permitiu algum tipo de brecha para uma questão criminal; depois que o Banco Central teria feito um termo de leniência que impediria uma investigação da Polícia Federal". Quanto às irregularidades, Ricardo Saadi destacou o papel do COAF no combate aos crimes financeiros e no encaminhamento de casos suspeitos. (Ricardo Saadi) " O COAF não tem poder de investigação. Em relação ao caso concreto que o senhor mencionou, posso dizer que sim, o COAF recebeu informações relativas a isso e sim, o COAF encaminhou à polícia e ao Ministério Público." Ampliando o debate, o senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, cobrou urgência e recursos para enfrentar os crimes financeiros no Brasil. (senador Eduardo Braga) "As facções criminosas movimentam; não sou eu que estou dizendo, é o Fórum Brasileiro de Segurança Pública Instituto Esfera; R$ 350 bilhões em três anos. Em três anos, R$ 90 bilhões de sonegação fiscal; na cara do Banco Central, na cara do COAF; e ninguém toma providência." Galípolo explicou que em breve o uso de Inteligência Artificial vai ampliar a fiscalização, passando da análise de amostras para todas as movimentações financeiras. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

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