Paim cobra freio a abusos nos planos de saúde
O senador Paulo Paim (PT-RS) cobrou em pronunciamento em Plenário uma legislação forte contra a “lógica do lucro acima da vida” das operadoras de planos de saúde. Paim comentou dados do Instituto Brasileiro de Defesa de Consumidores (IDEC) que mostram que os planos de saúde foram os campeões de reclamações em 2024.

Transcrição
O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, classificou de trapaça o comportamento das operadoras de saúde diante dos consumidores brasileiros. Ao comentar dados do Instituto Brasileiro de Defesa de Consumidores, o IDEC, que mostram que os planos de saúde foram responsáveis por 30% das reclamações registradas em 2024, o senador cobrou fiscalização e uma legislação que limite o poder dessas empresas.
Saúde não pode ser transformada em negócio, mas o que vemos todos os dias é a violação dos direitos de forma sistemática. Não podemos nos manter coniventes com práticas abusivas, reajustes extorsivos, cancelamentos cruéis e negativas de coberturas desumanas. Eu queria saber se um desses donos de planos de saúde, se tivessem brincando assim com seus familiares, se ele concordaria.
Paim comemorou o resultado parcial do julgamento da ação do STF sobre o reajuste automático por idade das mensalidades dos planos. O Estatuto do Idoso proíbe a discriminação contra a pessoa idosa pela cobrança de valores diferenciados, e a maioria dos ministros entendeu que a regra deve ser aplicada a todos os contratos, mesmo aqueles assinados antes do início da vigência da lei.
O julgamento foi suspenso após um pedido de vista apresentado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Se a posição majoritária for confirmada, as operadoras não poderão mais aplicar reajustes automáticos por idade para idosos, mesmo em contratos antigos. Terão que usar critérios objetivos e transparentes, como custos operacionais, utilização dos planos e variações do mercado, justificando cada aumento.
Os principais motivos das reclamações dos consumidores ao IDEC sobre os planos de saúde em 2024 foram os reajustes abusivos - que ultrapassaram os 20% no caso dos planos coletivos -, a demora nos atendimentos e as negativas de cobertura, principalmente no caso de tratamentos complexos, como câncer, autismo ou diabetes.
Da Rádio Senado, Raíssa Abreu.

