Audiência destaca urgência no combate ao retinoblastoma
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) debateu ações para ampliar o diagnóstico precoce e o tratamento do retinoblastoma, câncer ocular raro que afeta principalmente crianças. O senador Flávio Arns (PSB-PR), autor da iniciativa, destacou a necessidade de estruturar uma rede nacional de identificação rápida e encaminhamento para tratamento especializado, evitando casos avançados e reduzindo riscos para os pacientes.

Transcrição
Os senadores da Comissão de Assuntos Sociais discutiram em uma audiência pública o retinoblastoma, um tumor maligno que se desenvolve na retina.
Esse tipo de câncer ocular afeta crianças entre 0 e 5 anos. Quando descoberto cedo, as chances de cura passam de 90%. Mas, sem diagnóstico rápido, pode causar perda da visão e até risco de vida.
O senador Flávio Arns, do PSB do Paraná, defendeu a criação de uma rede nacional para diagnóstico precoce e atendimento rápido.
Para ele, prevenir é mais eficiente e muito menos custoso para os cofres públicos do que tratar casos avançados.
Flávio Arns lembrou que o atraso no diagnóstico e tratamento pode causar sequelas graves.
(senador Flávio Arns) “Nós temos que ter desdobramentos para que a gente possa ter uma rede de sensibilização, conscientização e atendimento. Sai muito mais caro você não atender na hora certa do que atender”.
Tiago Leifert, apresentador e presidente da ONG “De Olhos nos Olhinhos”, é pai da Lua, diagnosticada com retinoblastoma aos 11 meses.
Ele relatou que no caso da Lua o câncer foi descoberto tarde, dificultando o tratamento.
Tiago Leifert destaca que a demora no acesso à oftalmologia pelo SUS, que pode levar meses, é um grande problema.
(Tiago Leifert) “ O que vai realmente mudar o panorama, não só do retinoblastoma, mas de todas as doenças oculares, é o acesso à oftalmologia. Infelizmente, a reclamação que a gente mais recebe são as famílias que tentaram chegar ao oftalmologista via SUS e não conseguiram a tempo. Se a gente tivesse, desde cedo, acesso a oftalmologistas na rede pública, eu acho que ali seria o nosso primeiro passo para combater o retinoblastoma, ”.
O Ministério da Saúde anunciou a ampliação na oferta do teste do reflexo vermelho e investimentos numa rede especializada para diagnóstico e tratamento do retinoblastoma.
Mas specialistas citaram como desafios a demora nas consultas oftalmológicas pelo SUS, a falta de centros de referência em algumas regiões e a necessidade de integrar a rede de atenção para garantir diagnóstico rápido e tratamento eficaz. Sob a supervisão de Hérica Christian, da Rádio Senado, Paulo Barreira.

