Avança política de soberania alimentar dos povos tradicionais — Rádio Senado

Avança política de soberania alimentar dos povos tradicionais

A Comissão de Direitos Humanos aprovou o projeto (PL 880/2021), do senador Jaques Wagner (PT-BA), que prevê a inclusão de uma cota mínima de cinco por cento de produtos da sociobiodiversidade dos povos indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais nas compras do Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE). O projeto cria uma política nacional para garantir a soberania e a segurança alimentar dessas comunidades pela valorização das culturas locais.

16/10/2025, 19h28 - atualizado em 16/10/2025, 19h35
Duração de áudio: 02:45
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A MERENDA ESCOLAR ESTÁ MAIS PERTO DE TER UMA COTA MÍNIMA DE ALIMENTOS PRODUZIDOS POR POVOS TRADICIONAIS, COMO INDÍGENAS E QUILOMBOLAS. É O QUE PREVÊ O PROJETO QUE PRETENDE VALORIZAR A SOCIOBIODIVERSIDADE E GARANTIR A SOBERANIA ALIMENTAR DESSAS COMUNIDADES. REPÓRTER RAÍSSA ABREU. A Comissão de Direitos Humanos aprovou um projeto do senador Jaques Wagner, do PT da Bahia, que prevê a inclusão de uma cota mínima de 5% de produtos da sociobiodiversidade indígena, quilombola e de outros povos tradicionais do Brasil nas compras do Programa Nacional da Alimentação Escolar. De acordo com o autor da proposta, a Política Nacional de Promoção da Alimentação e dos Produtos da Sociobiodiversidade dos Povos e Comunidades Tradicionais tem por principal objetivo garantir a soberania e a segurança alimentar das comunidades – e faz isso pela valorização das culturas locais. Para falar da importância do projeto, o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, que foi o relator na comissão, citou denúncias recebidas pelo Ministério Público do Amazonas sobre alimentos enviados a escolas indígenas sem qualquer preocupação quanto às suas peculiaridades culturais e ambientais. A comida ofertada não atende à cultura e à tradição indígenas, como, por exemplo, produtos processados e ultraprocessados. pode-se considerar que o fornecimento de alimentos industrializados em terras indígenas gera um aumento exponencial de resíduos, lixo inorgânico nas aldeias, sacos plásticos, latas, entre outros), cusando prejuízos socioambientais e sanitários graves na aldeia.  Ainda de acordo com o projeto do senador Jaques Wagner, a ideia de uma política nacional de valorização da sociobiodiversidade das comunidades tradicionais surgiu a partir de uma experiência positiva de inserção de produtos da alimentação tradicional indígena nas escolas do Amazonas – como o beiju e o peixe. A presidente da comissão, senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, aplaudiu a iniciativa. A forma como esse programa está sendo colocado aqui, a gente estaria gerando renda para os povos tradicionais e garantindo a eles o alimento que eles consomem tradicionalmente. Garantiríamos ali a nutrição deles numa sequência.  O projeto agora será analisado pela Comissão de Meio Ambiente e, em seguida, pela Comissão de Assuntos Sociais. Da Rádio Senado, Raíssa Abreu.

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