Governo busca R$ 15 bilhões em cortes após medida provisória caducar
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniram nesta quarta-feira (15) para debater a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2026. A LDO teve a votação adiada a pedido do governo, que precisa achar meios para cobrir o rombo deixado pela Medida Provisória 1303, que perdeu a validade na última semana. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), disse que uma das alternativas é retomar a parte consensual da medida provisória, o que garantiria R$15 bilhões em corte de despesas.

Transcrição
O GOVERNO PRECISA COBRIR O ROMBO NO ORÇAMENTO DEIXADO PELA MP 1303, QUE NÃO FOI VOTADA PELO CONGRESSO NA ÚLTIMA SEMANA E PERDEU A VALIDADE. A MP ASSEGURARIA 35 DOS 50 BILHÕES NECESSÁRIOS PARA FECHAR AS CONTAS PÚBLICAS.
APÓS REUNIÃO COM O PRESIDENTE DO SENADO E O MINISTRO DA FAZENDA, O LÍDER DO GOVERNO NO CONGRESSO DISSE QUE UMA DAS ALTERNATIVAS É RETOMAR A PARTE CONSENSUAL MP. REPÓRTER MARCELA DINIZ:
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniram na manhã desta quarta-feira para debater a Lei de Diretrizes Orçamentárias 2026. A votação da LDO foi adiada a pedido do governo que precisa negociar com os parlamentares alternativas para cobrir o rombo deixado pela MP 1303, que caducou no último dia oito, frustrando uma expectativa de cerca de 35 bilhões de reais a mais nas contas públicas - parte pela taxação de investimentos e parte pelo corte de despesas.
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, do PT do Amapá, esteve na reunião e falou à imprensa. Segundo ele, o governo precisaria de cerca de 50 bilhões de reais para fechar as contas. Uma das alternativas é retomar a parte consensual da Medida Provisória que garantiria R$15 bilhões em revisão de despesas:
(senador Randolfe Rodrigues) "As contas do governo é para R$ 50 [bilhões], mas nós queremos ir do mais fácil para o mais difícil. O que é o mais fácil em primeiro lugar? É o corte de despesas. Por que é o mais fácil? Porque isso é o que a oposição nos acusa, nos ataca. Em segundo lugar, é o que foi consensuado na Comissão Mista da Medida Provisória. Então, vamos avançar nesse aspecto. O total da MP era R$ 35 [bilhões]. Só de revisão de despesas, dá R$ 15 [bilhões]. Nessa parte, teve consenso."
De acordo com Randolfe Rodrigues, ainda não está definido se o restante do rombo será coberto por projetos já em debate no Parlamento ou se uma nova medida provisória será editada. Na reunião desta quarta, segundo ele, o presidente do Senado se colocou à disposição para a busca de soluções que ajudem o governo a fechar as contas:
(senador Randolfe Rodrigues) "Nós temos uma LDO que estabelece um centro da meta em 0,25%. E nós temos um espaço fiscal em decorrência da rejeição de uma medida provisória, que vai de R$ 40 a R$ 50 bilhões. Então, essas contas têm que ser resolvidas. O presidente Davi se colocou à disposição para contribuir e buscar construir uma consertação."
A meta fiscal de 2025 é de déficit zero, com margem flexível que permite um déficit de até 0,25% do Produto Interno Bruto, o que equivale a R$ 31 bilhões. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

