ICMS Educacional no Fundeb é tema de discussão no Senado
A Comissão de Educação debateu os avanços e desafios do ICMS Educacional, uma das condicionalidades do VAAR, sigla para Valor Aluno Ano Resultado. O VAAR é uma das formas de complementação da União ao Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, e vincula o repasse de recursos ao cumprimento de metas de gestão e de melhoria dos resultados educacionais. Durante o debate, especialistas destacaram que todos os estados já avançaram na implementação do ICMS Educacional, mas ainda há diferenças significativas entre as regiões e a necessidade de aperfeiçoar os critérios de avaliação, incorporando, por exemplo, indicadores de equidade racial. A reunião marcou o encerramento da série de debates, realizada a pedido da senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO), que reforçou o compromisso com a construção coletiva de políticas educacionais mais justas e efetivas.

Transcrição
O ICMS EDUCACIONAL NO FUNDEB FOI TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO.
ESPECIALISTAS DESTACARAM O AVANÇO DA IMPLEMENTAÇÃO EM TODOS OS ESTADOS, MAS ALERTARAM PARA A DESIGUALDADE LEGISLATIVA E A NECESSIDADE URGENTE DE INCLUIR A EQUIDADE RACIAL NOS CRITÉRIOS DE REPASSE. A REPÓRTER MARINA DANTAS TRAZ MAIS DETALHES:
A Comissão de Educação debateu os avanços e os desafios do ICMS educacional, percentual de distribuição do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, como condicionalidade do Valor Aluno Ano Resultado. O chamado VAAR é uma das complementações do Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação.
O pesquisador do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará, Witalo de Lima Paiva, explica que o ICMS educacional no Fundeb é um avanço significativo, com todos os estados brasileiros já tendo implementado seus modelos, mas ressalta o desafio de uma implantação eficaz com critérios específicos.
(Witalo de Lima Paiva): "Desses critérios nós temos observar o nível de aprendizagem, a evolução dessa aprendizagem e um ponto importante é que esses modelos têm que ter critérios para a equidade, ou seja, preciso que o incentivo esteja alinhado com a redução da desigualdade educacional e os modelos trazem isso em todo o Brasil, "
A secretária da educação do Rio Grande do Sul, Stefanie Eskereski, reforçou que, no estado gaúcho, a implementação de uma nova política de distribuição do ICMS utiliza critérios de resultados educacionais para alocar 17% do valor total do imposto até 2029. Segundo ela, a distribuição de recursos prioriza a alfabetização e simplifica o cálculo para incentivar a participação dos estudantes e melhorar o desempenho educacional em todas as redes de ensino.
Já o representante do Tribunal de Contas de Santa Catarina, Sílvio Sallum, destacou que a implementação e a metodologia do ICMS Educacional incluem indicadores de proeficiência da gestão escolar, dos profissionais da educação, e de quesitos como infraestrutura e gestão democrática. O órgão utiliza ainda um painel público para monitorar e acompanhar o progresso dos municípios.
Úrsula Peres, do Centro de Estudos da Metrópole da Universidade de São Paulo, destaca o ICMS Educacional como uma política que traz avanços e também desafios como a enorme heterogeneidade legislativa entre os estados, que pode gerar desigualdades, e a necessidade urgente de integrar de forma mais robusta a equidade racial nos critérios de repasse.
A reunião foi realizada a pedido da senadora Professora Dorinha Seabra, do União do Tocantins. Ela reforçou o compromisso de uma construção coletiva do projeto junto com os estados.
(senadora Professora Dorinha Seabra): "Hoje, uma das nossas preocupações é sobre um processo de implementação, monitoramento e principalmente essa construção coletiva, que muitos estados, em virtude do prazo, elaboraram uma lei, enviaram para a Assembleia sem muito debate, com as redes municipais, inclusive para definir prioridade, como a execução em si."
Esta foi a última audiência pública, de uma série de 6 encontros, de debate sobre o novo Fundeb. Sob supervisão de Samara Sadeck, da Rádio Senado, Marina Dantas.

