Gestores relatam subfinanciamento em Santas Casas
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) debateu nesta segunda-feira (13) o fortalecimento de hospitais filantrópicos por meio do diálogo com o governo. Na audiência pública, os gestores desses hospitais, que são instituições sem fins lucrativos, relataram subfinanciamento e déficit financeiro, o que dificulta a manutenção dessas organizações. Hospitais filantrópicos prestam serviços de saúde à sociedade por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Transcrição
A COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS DEBATEU EM AUDIÊNCIA PÚBLICA O FORTALECIMENTO DE HOSPITAIS FILANTRÓPICOS POR MEIO DO DIÁLOGO COM O GOVERNO.
GESTORES DAS INSTITUIÇÕES ALEGARAM SUBFINANCIAMENTO. ESSA FOI A PRIMEIRA REUNIÃO DO CICLO DE TRÊS AUDIÊNCIAS PARA DISCUTIR O TEMA. REPÓRTER LANA DIAS.
Em audiência na Comissão de Assuntos Sociais, representantes e gestores de hospitais filantrópicos relataram subfinanciamento e déficit financeiro. Esses hospitais são instituições privadas sem fins lucrativos que prestam serviços de saúde à sociedade por meio do SUS. O objetivo do debate foi promover diálogo entre as instituições e o governo, para promover sustentabilidade e eficiência no setor de saúde.
Dados apresentados pelo Ministério da Saúde mostram que a rede filantrópica é responsável por 59% das internações de alta complexidade e 41% das internações gerais no SUS. Os gestores argumentaram que os hospitais filantrópicos são essenciais para o funcionamento do Sistema Único de Saúde, mas que o investimento atual não é suficiente.
A superintendente da Santa Casa de São Paulo, Maria Dulce Cardenuto, disse que a instituição está endividada em razão do subfinanciamento histórico. Ela acrescentou que o ressarcimento pelos atendimentos via SUS é pago meses depois com valores insuficientes.
O presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Mirocles Campos Véras Neto, afirmou que as Santas Casas têm hoje R$15 bilhões acumulados em dívidas. Ele cobrou reajuste da tabela de valores dos serviços prestados, a chamada Tabela SUS, e reconheceu as emendas parlamentares, destinadas por senadores e deputados, como forma de amenizar o déficit causado pelo baixo financiamento.
(Mirocles Campos Véras Neto) "Emendas que são faladas, eu falo de emendas que vão para Santas Casas, que vão conseguir que ela amenize o déficit operacional delas, em todas elas."
A audiência foi um pedido do senador Astronauta Marcos Pontes, do PL de São Paulo, e foi a primeira de um ciclo de três debates dedicados ao fortalecimento das instituições filantrópicas. Pontes considera o poder legislativo como meio para resolver os problemas citados no debate.
(senador Astronauta Marcos Pontes) "Nós contamos com os dados para que nós possamos trabalhar aqui na Comissão, para poder ajudar do ponto de vista legislativo em todos os sentidos. A influência e a importância das Santas Casas para o Sistema Único de Saúde é essencial no nosso Brasil como um todo, e como disse o Rodrigo aqui do Ministério da Saúde, aqui também o Legislativo, nós estamos à plena disposição para ajudar a resolução ou a mitigação dos problemas."
As demais audiências do ciclo visam debater o papel do setor privado no apoio às instituições filantrópicas e novos modelos de gestão para sustentabilidade dessas organizações. Sob supervisão de Samara Sadeck, da Rádio Senado, Lana Dias.

