Avanços e riscos da inteligência artificial são debatidos no Senado
A Comissão de Ciência e Tecnologia debateu nesta quarta-feira (9) os impactos da inteligência artificial no Brasil. Autoridades defenderam investimentos em educação, pesquisa, segurança digital e uso ético da tecnologia. Para o senador Flávio Arns, o uso ético da tecnologia deve começar na formação das novas gerações, enquanto o Ministério da Ciência e Tecnologia defende a criação de infraestrutura e capacitação para colocar o país entre os líderes mundiais na área.

Transcrição
A COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SENADO DISCUTIU AS AÇÕES EM ANDAMENTO NA ESTRATÉGIA BRASILEIRA E NO PLANO BRASILEIRO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL.
REPRESENTANTES DO GOVERNO, DO SETOR PRODUTIVO E DA SOCIEDADE CIVIL DESTACARAM A NECESSIDADE DE AMPLIAR A INFRAESTRUTURA TECNOLÓGICA, GARANTIR SEGURANÇA DIGITAL E FORTALECER A PROTEÇÃO DE DADOS NO PAÍS. HENRIQUE NASCIMENTO.
A Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado promoveu audiência pública para discutir os avanços e desafios da inteligência artificial no Brasil.
O debate foi uma iniciativa do senador Marcos Pontes, do PL de São Paulo, com o objetivo de acompanhar a execução do Plano e da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial.
O plano, lançado no ano passado, estabelece diretrizes para o desenvolvimento ético e sustentável da IA no país, com investimentos previstos de até R$ 23 bilhões até 2028, abrangendo áreas como saúde, educação, agricultura e segurança pública, como explicou o diretor do Departamento de Ciência e Inovação Digital do Ministério da Ciência e Tecnologia, Hugo Valadares.
(Hugo Valadares) "O plano, apesar de ele ter sido escrito, ele é um plano vivo. Porque a tecnologia muda demais. De um ano pra cá, um ano, quando o plano foi entregue nas mãos do presidente Lula, algumas coisas que a gente tinha como verdades absolutas, a gente já percebeu que não é o caminho. E coisas que não haviam sido pensadas naquele momento, a gente tem que ter um olhar diferente."
O senador Flávio Arns, do PSB do Paraná, que presidiu a audiência, destacou que o avanço da inteligência artificial precisa caminhar junto com a educação e a formação crítica das novas gerações.
(senador Flávio Arns) "Como que podemos associar IA com educação, desde a educação básica até, obviamente, a pós-graduação, mas a educação básica em particular. Quer dizer, existe tanto conhecimento como transformar esse conhecimento numa informação para crianças e adolescentes, que daqui a pouco eles que vão estar aí dominando também toda essa situação."
Durante o debate, o representante da Agência Nacional de Proteção de Dados, Lucas Costa, citou a importância de um projeto de lei em análise no Congresso, que estabelece princípios e diretrizes para o uso ético e responsável da inteligência artificial no Brasil.
(Lucas Costa) "Em relação ao PL 2338 é uma oportunidade única de posicionar o Brasil como referência na regulação ética de IA, com mais segurança jurídica e mais favorável a uma inovação que seja responsável, centrada no ser humano e fundamentada em direitos fundamentais."
Os participantes também defenderam que o Brasil amplie investimentos em pesquisa, inovação e regulação, garantindo que a inteligência artificial contribua para o desenvolvimento humano e social. Com supervisão de Samara Sadeck , da Rádio Senado, Henrique Nascimento.

