Senadores vão debater rastreabilidade para prevenir adulteração de bebidas
A Comissão de Assuntos Sociais vai debater a circulação de bebidas alcoólicas adulteradas, em especial com a adição de metanol (REQ 88/2025). Autor do pedido da reunião, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que também é médico, quer discutir alternativas para a rastreabilidade dos produtos, em busca de mais segurança para os consumidores. O debate, já agendado para o dia 15 de outubro, será em conjunto com a Comissão de Direitos Humanos.

Transcrição
A COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS VAI DEBATER NA SEMANA QUE VEM OS CASOS DE COMERCIALIZAÇÃO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS ADULTERADAS COM METANOL.
O DEBATE DEVERÁ SER FEITO DE FORMA CONJUNTA COM A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS. QUEM TEM MAIS INFORMAÇÕES É O REPÓRTER CESAR MENDES.
A Comissão de Assuntos Sociais vai realizar um debate na quarta-feira, 15 de outubro, sobre a grave situação enfrentada pelo país em função da venda de bebidas alcoólicas adulteradas, em especial com a adição de metanol. Autor do pedido do debate, o senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul, que é também médico, quer discutir alternativas para a rastreabilidade dos produtos, com o objetivo de aumentar a segurança dos consumidores.
Nelsinho pretende avaliar a retomada do antigo Sicobe, Sistema de Controle de Produção de Bebidas, usado pela Receita Federal para monitorar a fabricação de cervejas e refrigerantes em tempo real, por meio de dispositivos eletrônicos instalados nas fábricas para combater a sonegação fiscal. Esse sistema acabou sendo desativado em 2016 devido aos custos elevados e a questões legais.
Participarão do debate representantes do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Receita Federal, da Secretaria Nacional do Consumidor, da Polícia Federal e da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel); além do vice-ministro do Ministério da Indústria e Comércio do governo da República Dominicana, Ramón Péres Fermin, como explicou Nelsinho.
(senador Nelsinho Trad) "Por que a República Dominicana está nessa história? Lá, tinham centenas de mortes por mês com intoxicação de metanol – eu fui pesquisar o assunto. Eles resolveram a partir do momento em que instalaram um sistema de rastreabilidade: Eram 300 mortes, caíram para zero; não tem mais. Será que isso é verdade? Vamos fazer audiência pública para a gente poder discutir."
Nelsinho disse que é preciso coibir a produção clandestina, fortalecer a fiscalização e dar mais confiança aos consumidores. Segundo ele, a situação vivida hoje no país o faz lembrar da rotina diária enfrentada pelos brasileiros com boletins de atualização durante a pandemia de Covid 19.
(senador Nelsinho Trad) "Famigerados boletins que a gente era acostumado a ver da Covid, toda manhã: -Morreu tanto, tem tanto infectado... Agora, está tendo boletim da intoxicação do metanol. Podem ligar o rádio de manhã cedo: - Boletim do dia tal. Isso é um absurdo! Nós temos que estancar isso de uma vez por todas."
113 registros de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica foram confirmados pelo Ministério da Saúde até o dia 3 de outubro; com um óbito confirmado e 12 em investigação.
O debate será realizado em reunião conjunta das comissões de Assuntos Sociais e de Direitos Humanos. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

