Relator do Plano Brasil Soberano cobra maior fatia ao Nordeste em pacote de R$ 40 bi — Rádio Senado
Tarifaço

Relator do Plano Brasil Soberano cobra maior fatia ao Nordeste em pacote de R$ 40 bi

A Comissão Mista do Congresso Nacional teve a terceira audiência pública sobre a medida provisória que cria o Plano Brasil Soberano (MPV 1309/2025), em resposta ao tarifaço dos EUA sobre produtos brasileiros. Representante do porto de Santos informou que as exportações para os EUA caíram 5,79% em agosto, após as tarifas. O relator, senador Fernando Farias (MDB-AL), cobrou socorro imediato para o setor produtivo e alertou que, dos R$ 40 bilhões previstos, apenas 5% são destinados ao Nordeste.

08/10/2025, 14h47 - atualizado em 08/10/2025, 15h02
Duração de áudio: 02:29
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO MISTA DO CONGRESSO DA MEDIDA PROVISÓRIA DO PLANO BRASIL SOBERANO OUVIU, NA TERÇA-FEIRA, A AVALIAÇÃO DE PORTUÁRIOS SOBRE OS IMPACTOS DO TARIFAÇO. O DEBATE REVELOU PREJUÍZOS À REGIÃO NORDESTE. A REPÓRTER MARINA DANTAS TRAZ MAIS DETALHES: A Comissão Mista do Congresso Nacional promoveu a quarta audiência pública sobre a medida provisória que criou o Plano Brasil Soberano, programa de medidas que enfrentam o chamado "tarifaço" dos Estados Unidos a produtos de exportação brasileiros.  O diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini, explicou que, em agosto, as exportações para os Estados Unidos caíram 5,79% em relação ao mesmo período do ano passado. E disse que certos setores, como o de carne bovina, até tiveram expansão, com a diversificação e exportação para os mercados asiáticos, do Oriente Médio e para países como o México. Já o diretor de gestão portuária de Suape, em Pernambuco, Rinaldo Lira, apontou que, embora as remessas para os Estados Unidos representem uma pequena parcela da movimentação geral, o valor agregado aos produtos atingidos pelas tarifas é de grande importância, e afeta a cadeia produtiva nordestina.  (Rinaldo Lira): "É questão da queda abrupta e o impacto na cadeia produtiva pernambucana e na cadeia produtiva de valor agregado nordeste. A gente está falando aqui da queda de geração de empregos, de receita cambial, o uso da infraestrutura tarifária, né? E riscos associados é a perda da competitividade, o desinvestimento nos setores produtivos e principalmente o seguinte, perda de escala global logística." Para o secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Samuel Kinoshita, os mecanismos e incentivos devem ser bem direcionados e mensurados, com suportes de previsibilidade e fluxos; e também com medidas específicas para problemas como o dos portos. O representante da secretaria da Fazenda do Estado da Bahia, Afonso Bandeira Florence, reforçou que as tarifas representam um impacto enorme na economia e nos empregos baianos. A audiência pública faz parte da análise da medida provisória pela comissão mista. O relator da MP, senador Fernando Farias, do MDB de Alagoas, explicou que, dos R$40 bilhões direcionados ao socorro das empresas exportadoras, apenas 5% se destinam ao Nordeste: (senador Fernando Farias): "Um trabalho grande que está contemplando 40 bi para reparar esses estragos feitos. Voltando ao Nordeste, eu acredito que desses 40 bi, o Nordeste deve ficar com 5%. É muito pouco. Nós temos pouco, mas é muita gente, que é a cadeia de fruta, a cadeia de pescado, a cadeia do mel; é pouco, o restante, é São Paulo." Está prevista mais uma audiência sobre o Plano Brasil Soberano. Sob supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Marina Dantas. 

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