Careca do INSS nega liderança em fraudes e diz que empresa só prestava serviços
Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, disse à CPMI que sua empresa apenas prestava serviços a associações e sindicatos e negou envolvimento em fraudes contra aposentados e pensionistas. Ele afirmou que é fantasiosa a história de que seria um dos líderes da fraude e que sua empresa, a Prospect. Antônio Carlos se recusou a responder perguntas do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).

Transcrição
ANTONIO CARLOS CAMILO ANTUNES, CONHECIDO POPULARMENTE COMO CARECA DO INSS, AFIRMOU QUE NÃO É O RESPONSÁVEL PELO DESVIO FRAUDULENTO DE BILHÕES DE REAIS DE APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO INSS.
ANTONIO CARLOS, QUE ESTÁ PRESO DE FORMA PREVENTIVA DESDE 12 DE SETEMBRO, NÃO RESPONDEU ÀS PERGUNTAS DO RELATOR ALFREDO GASPAR. REPÓRTER RODRIGO RESENDE.
Na sua fala inicial à CPMI do INSS, Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido popularmente como Careca do INSS, afirmou que não participou das fraudes de descontos associativos.
(Antônio Carlos Camilo Antunes) "Hoje, terei a oportunidade de demonstrar que jamais fui este personagem fictício, o chamado Careca do INSS, rótulo criado pelo Sr. Eli Cohen que... Induziram pessoas de bem, veículos de comunicação respeitados, profissionais de imprensa e toda a sociedade a acreditarem em uma narrativa fantasiosa, construída a partir de uma leitura superficial de e-mails trocados entre duas entidades privadas."
Antônio Carlos disse que, se houve fraudes, elas foram de responsabilidade das associações para as quais prestou serviços e não de sua própria empresa.
(Antônio Carlos Camilo Antunes) "Desde a sua criação, a Prospect sempre pautou sua atuação dentro dos limites da legalidade, com registros contábeis transparentes, contratos formais e estrito cumprimento das obrigações fiscais e trabalhistas. Quero deixar claro também que minha esposa nunca teve qualquer participação na minha empresa Prospect. À exceção do meu filho mais velho, nenhum dos meus filhos integram ou já integraram o quadro societário da Prospect, por isso a intimação deles para depor nesta CPMI não faria sentido."
Ao final de sua fala, Antônio Carlos afirmou que não responderia perguntas do relator, deputado federal Alfredo Gaspar, do União de Alagoas. Alfredo Gaspar, ainda assim, fez o seu interrogatório e destacou uma reunião no INSS de Antônio Carlos com outros investigados.
(deputado Alfredo Gaspar) "O senhor vem aqui falar de honestidade e trabalho sério, quando, nessa mesa aqui, paga pelo povo brasileiro, estavam sentados membros de organização criminosa. O senhor deu dinheiro para André Fidelis, o senhor deu dinheiro para Alexandre Guimarães, o senhor deu dinheiro para Virgílio de Oliveira Filho. Mas não foi um troco, não, foram milhões de reais. Eu pergunto: desde quando essa organização criminosa foi montada na estrutura da Previdência Social?"
O relator ainda fez uma série de questionamentos sobre associações para as quais Antônio Carlos teria prestado serviço e movimentado até 2 bilhões de reais - parte do dinheiro de descontos fraudulentos em aposentados e pensionistas do INSS. Antônio Carlos destacou, em sua defesa, que repassará à Polícia Federal cerca de 180 gigabytes de informações, com mais de 18 milhões de páginas de documentos. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

