Senadores cobram indicações para instalar CPI do Crime Organizado
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) cobrou dos líderes partidários a indicação dos integrantes da CPI do Crime Organizado, já criada após leitura do requerimento em Plenário. A comissão pretende investigar a estruturação de facções como PCC e Comando Vermelho e práticas como a lavagem de dinheiro por meio de bancos digitais.

Transcrição
SENADORES PEDEM A LÍDERES PARTIDÁRIOS QUE FAÇAM A INDICAÇÃO DOS INTEGRANTES DA CPI DO CRIME ORGANIZADO PARA QUE AS INVESTIGAÇÕES SEJAM INICIADAS.
A COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO VAI APURAR A ESTRUTURAÇÃO E O FUNCIONAMENTO DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS, QUE LEGALIZAM O DINHEIRO ILÍCITO NO RAMO DE COMBUSTÍVEIS, IMOBILIÁRIO E ATÉ DE FUNDOS DE INVESTIMENTOS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
De iniciativa do senador Alessandro Vieira, do MDB de Sergipe, a CPI do Crime Organizado vai investigar a atuação, a expansão e o funcionamento desses grupos no País.
Como ex-delegado de polícia, ele sugere que os senadores se voltem para o modus operandi das facções e das milícias para saberem como são criadas e se estruturam em cada região.
Ele citou que o PCC, Primeiro Comando da Capital de São Paulo, e o Comando Vermelho do Rio de Janeiro disputam territórios e mercados na venda ilegal de drogas e armas.
Já o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, ressaltou que diversas cidades do Nordeste já lidam com a presença dessas organizações criminosas e com suas consequências, como o aumento da violência.
(senador Humberto Costa) "O Congresso Nacional já teve inclusive várias CPIis que trataram desse tema. Só que hoje o que nós estamos vendo não são apenas grupos faccionados, mas são verdadeiras máfias que estão atuando no Brasil e em todos os seguimentos, em todos os setores, inclusive, dentro do estado e particularmente na política. Então, eu creio que é importante que nós possamos fazer essa CPI."
O senador Sergio Mouro, do União do Paraná, destacou que uma das linhas de investigação da CPI do Crime Organizado deve ser a lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal revelou recentemente que o PCC legalizou o dinheiro ilícito comprando postos de combustíveis e imóveis de alto valor, além de terem criado fundos de investimentos com patrimônio superior a R$ 30 bilhões.
Sergio Moro avalia que as leis atuais não são suficientes para impedir o lucro do crime organizado ao citar a existência das fintechs, os chamados bancos digitais.
(senador Sérgio Moro) "Precisamos também fazer uma regulamentação e criar normas que tornem mais difícil a lavagem de dinheiro através dessas entidades. Ns temos um sistema de prevenção à lavagem de dinheiro, temos as regulamentações do Banco Central, da CVM, as próprias regulamentações do Coaf. Mas isso precisa estar constantemente sendo aprimorado. A gente viu agora, pelo menos segundo essa operação recente, que as Fintechs hoje estão vulneráveis."
O requerimento de criação da CPI do Crime Organizado já foi lido no Plenário do Senado.
Para a comissão ser instalada, os líderes partidários deverão indicar os nomes dos integrantes, que terão 120 dias para concluírem as investigações.
Da Rádio Senado, Hérica Christian.

