Governo e oposição comemoram avanços no acordo da União Europeia com o Mercosul — Rádio Senado
Acordo Comercial

Governo e oposição comemoram avanços no acordo da União Europeia com o Mercosul

O líder do governo no Senado, senador Rogério Carvalho (PT-SE), declarou que o anúncio da Comissão Europeia sobre um acordo comercial do bloco com o Mercosul vai reduzir os impactos do tarifaço dos Estados Unidos. O Parlamento Europeu deverá votar nos próximos dias o tratado que prevê a redução de impostos e salvaguardas para produtos agrícolas. Ao antecipar cautela na votação do acordo para defender o agro brasileiro, o vice-líder da oposição, senador Marcos Rogério (PL-RO), cobrou do governo investimentos em infraestrutura para que o país consiga aumentar as exportações.

04/09/2025, 09h05 - atualizado em 04/09/2025, 14h18
Duração de áudio: 03:21
Rr Gimenez, CC BY 3.0 BR <https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/br/deed.en>, via Wikimedia Commons

Transcrição
LÍDER DO GOVERNO DIZ QUE A CONCLUSÃO DO ACORDO COMERCIAL ENTRE A UNIÃO EUROPEIA E O MERCOSUL PREVISTA PARA DEZEMBRO VAI MINIMIZAR OS IMPACTOS DO TARIFAÇO DOS ESTADOS UNIDOS. APESAR DE ADMITIR AVANÇOS NAS NEGOCIAÇÕES, A OPOSIÇÃO COBRA INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA PARA PRODUTORES BRASILEIROS AUMENTAREM AS EXPORTAÇÕES PARA O BLOCO DE 27 PAÍSES. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Após 25 anos de negociação, a Comissão Europeia, braço do Executivo da União Europeia, apresentou o acordo comercial do bloco com o Mercosul, que agora será analisado pelos respectivos parlamentos. O tratato prevê cortes tarifários. O Mercosul, por exemplo, deverá eliminar os 35% de impostos sobre 91% das exportações, incluindo automóveis, ao longo de 15 anos.  O bloco europeu, por sua vez, vai retirar os tributos sobre 92% dos produtos importados do Mercosul no prazo de 10 anos.  O líder do governo no Senado em exercício,  Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, avalia que a conclusão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul vai reduzir os impactos provocados pelo tarifaço dos Estados Unidos.  Uma boa notícia que reforça a ideia da globalização, do livre mercado que sempre foi uma bandeira defendida pelos Estados Unidos, mas pelo visto, só quando atende aos interesses deles. Agora, o Brasil está protagonizando junto com a Europa, junto com o Mercosul a consolidação da ampliação do mercado do Brasil com a Europa, do Mercosul com a Europa. E, ao contrário dos Estados Unidos está fazendo, eliminando tarifas para aumentar o volume do comércio entre esses dois blocos comerciais.  O acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul também prevê cotas para a exportação de matérias-primas agrícolas entre os países para proteger os produtores locais, as chamadas salva-guardas.  O vice-líder da oposição no Senado, Marcos Rogério, do PL de Rondônia, afirmou que o Congresso Nacional será cauteloso ao analisar o acordo em defesa, sobretudo, do agro brasileiro.   Ele cobrou do governo investimentos em infraestrutura, como a construção de portos e ferrovias e a sua inteligação para o escoamento da produção do País inteiro para os novos mercados.   O Brasil está diante de uma janela de oportunidade estratégica com abertura de mercado. Agora, essa janela de oportunidade pode não representar nada se nós do ponto de vista da infraestrutura e da logística a gente não acompanhar as demandas do setor que produz. Nós produzimos muito, produzimos com qualidade, mas nós somos deficientes em infraestrutura. Por um lado, representa uma janela de oportunidade a abertura de mercado, mas por outro tem que fazer o dever de casa, tem que construir investir mais em infraestrutura.  O acordo comercial ainda será votado pelo Parlamento Europeu e precisará da aprovação de 15 dos 27 países-membros que representem 65% da população do bloco. Os legislativos do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai também terão que chancelar o tratado.  O acordo deverá ser assinado em Brasília, em dezembro, durante a cúpula de presidentes do Mercosul, já que o Brasil ocupa a presidência rotativa do bloco.  Juntas, essas nações têm um mercado consumidor de mais de 700 milhões de pessoas.  Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

Ao vivo
00:0000:00