Governo e oposição comemoram avanços no acordo da União Europeia com o Mercosul
O líder do governo no Senado, senador Rogério Carvalho (PT-SE), declarou que o anúncio da Comissão Europeia sobre um acordo comercial do bloco com o Mercosul vai reduzir os impactos do tarifaço dos Estados Unidos. O Parlamento Europeu deverá votar nos próximos dias o tratado que prevê a redução de impostos e salvaguardas para produtos agrícolas. Ao antecipar cautela na votação do acordo para defender o agro brasileiro, o vice-líder da oposição, senador Marcos Rogério (PL-RO), cobrou do governo investimentos em infraestrutura para que o país consiga aumentar as exportações.

Transcrição
LÍDER DO GOVERNO DIZ QUE A CONCLUSÃO DO ACORDO COMERCIAL ENTRE A UNIÃO EUROPEIA E O MERCOSUL PREVISTA PARA DEZEMBRO VAI MINIMIZAR OS IMPACTOS DO TARIFAÇO DOS ESTADOS UNIDOS.
APESAR DE ADMITIR AVANÇOS NAS NEGOCIAÇÕES, A OPOSIÇÃO COBRA INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURA PARA PRODUTORES BRASILEIROS AUMENTAREM AS EXPORTAÇÕES PARA O BLOCO DE 27 PAÍSES. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
Após 25 anos de negociação, a Comissão Europeia, braço do Executivo da União Europeia, apresentou o acordo comercial do bloco com o Mercosul, que agora será analisado pelos respectivos parlamentos.
O tratato prevê cortes tarifários. O Mercosul, por exemplo, deverá eliminar os 35% de impostos sobre 91% das exportações, incluindo automóveis, ao longo de 15 anos.
O bloco europeu, por sua vez, vai retirar os tributos sobre 92% dos produtos importados do Mercosul no prazo de 10 anos.
O líder do governo no Senado em exercício, Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, avalia que a conclusão do acordo entre a União Europeia e o Mercosul vai reduzir os impactos provocados pelo tarifaço dos Estados Unidos.
Uma boa notícia que reforça a ideia da globalização, do livre mercado que sempre foi uma bandeira defendida pelos Estados Unidos, mas pelo visto, só quando atende aos interesses deles. Agora, o Brasil está protagonizando junto com a Europa, junto com o Mercosul a consolidação da ampliação do mercado do Brasil com a Europa, do Mercosul com a Europa. E, ao contrário dos Estados Unidos está fazendo, eliminando tarifas para aumentar o volume do comércio entre esses dois blocos comerciais.
O acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul também prevê cotas para a exportação de matérias-primas agrícolas entre os países para proteger os produtores locais, as chamadas salva-guardas.
O vice-líder da oposição no Senado, Marcos Rogério, do PL de Rondônia, afirmou que o Congresso Nacional será cauteloso ao analisar o acordo em defesa, sobretudo, do agro brasileiro.
Ele cobrou do governo investimentos em infraestrutura, como a construção de portos e ferrovias e a sua inteligação para o escoamento da produção do País inteiro para os novos mercados.
O Brasil está diante de uma janela de oportunidade estratégica com abertura de mercado. Agora, essa janela de oportunidade pode não representar nada se nós do ponto de vista da infraestrutura e da logística a gente não acompanhar as demandas do setor que produz. Nós produzimos muito, produzimos com qualidade, mas nós somos deficientes em infraestrutura. Por um lado, representa uma janela de oportunidade a abertura de mercado, mas por outro tem que fazer o dever de casa, tem que construir investir mais em infraestrutura.
O acordo comercial ainda será votado pelo Parlamento Europeu e precisará da aprovação de 15 dos 27 países-membros que representem 65% da população do bloco.
Os legislativos do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai também terão que chancelar o tratado.
O acordo deverá ser assinado em Brasília, em dezembro, durante a cúpula de presidentes do Mercosul, já que o Brasil ocupa a presidência rotativa do bloco.
Juntas, essas nações têm um mercado consumidor de mais de 700 milhões de pessoas.
Da Rádio Senado, Hérica Christian.

