Comissão analisa projeto de assistência à mulher dependente de álcool
Um projeto em análise na Comissão de Assuntos Sociais determina que a política nacional sobre drogas inclua um programa específico de atendimento multiprofissional e interdisciplinar voltado a mulheres dependentes de álcool (PL 2880/2023). De acordo com a relatora, senadora Damares Alves (Republicanos-DF), a assistência seria integral, do acolhimento humanizado às estratégias de reinserção social e no trabalho. A senadora Leila Barros (PDT-DF) sugeriu um debate com especialistas antes da votação do projeto.

Transcrição
A COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS PODERÁ VOTAR, EM BREVE, A CRIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE SAÚDE DIRECIONADO ÀS MULHERES DEPENDENTES DE ÁLCOOL.
ANTES, O COLEGIADO VAI DEBATER COM ESPECIALISTAS O AUMENTO DO VÍCIO ENTRE AS BRASILEIRAS. REPÓRTER MARCELA DINIZ.
O projeto em análise na Comissão de Assuntos Sociais determina que a política nacional sobre drogas inclua um programa específico de atendimento multiprofissional e interdisciplinar voltado para as mulheres dependentes de álcool.
Segundo a relatora, senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, a assistência se daria de forma integral, desde o acolhimento humanizado até estratégias de reinserção social e no trabalho, com foco na reconstrução de vínculos familiares, proteção dos filhos e promoção da autonomia da mulher.
De acordo com a senadora, o programa beneficiará mulheres que não podem pagar por um tratamento.
(senadora Damares Alves) "As mulheres ricas conseguem um tratamento para a dependência de álcool, porque tem quem cuide dos filhos dela, mas a mulher pobre, como é que ela vai se internar para se livrar da dependência do álcool se ela tem que trabalhar para sustentar os filhos que os pais já não estão presentes? Tem um recorte muito especial para buscar aquela mulher que quer se livrar do álcool, mas que não tem condições."
Ao elogiar a proposta, a senadora Dra. Eudócia, do PL de Alagoas, alertou para o problema do alcoolismo entre as gestantes.
(senadora Eudócia) "Como pediatra que sou, eu quero enfatizar a síndrome alcoólica fetal, que vem aumentando cada vez mais. Então as mulheres que usam o álcool durante a gestação têm crianças com doenças hepáticas, crianças que nascem muito pequenas para a idade, prematuras e isso, além de ter um transtorno familiar, tem muitos custos para a União."
A senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, sugeriu um debate com especialistas antes da votação do projeto.
(senadora Leila Barros) "Nós podemos fazer um profícuo trabalho no sentido de tratar essa temática de uma forma mais ampla, para que a gente possa ouvir pessoas, autoridades que estão dominando esse tema e que está realmente muito em voga, assim, a gente precisa, realmente, tratar com muita responsabilidade."
De acordo com o Ministério da Saúde, o uso abusivo do álcool no público feminino passou de 9,7% em 2013 para 15,2% em 2023. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

