Debate mostra que fadiga crônica aumentou após pandemia — Rádio Senado
Alerta médico

Debate mostra que fadiga crônica aumentou após pandemia

Em audiência na Comissão de Assuntos Sociais, a pneumologista Eloara Campos falou sobre a encefalomielite miálgica, também conhecida como síndrome da fadiga crônica, doença pós-viral que teve um aumento no número de casos após a pandemia. Após detalhar os sintomas, a médica pediu o apoio do Senado para que o Ministério da Saúde crie um centro para capacitar os profissionais da saúde básica a reconhecer a doença, por vezes confundida com quadros depressivos.

15/08/2025, 14h29 - atualizado em 15/08/2025, 14h53
Duração de áudio: 02:17
Foto: Thirdman/Pexels.com

Transcrição
CERCA DE 10% DAS PESSOAS QUE TIVERAM COVID, MESMO UM CASO CONSIDERADO LEVE, DESENVOLVEM SÍNDROME DA FADIGA CRÔNICA, PROBLEMA MUITAS VEZES CONFUNDIDO COM TRANSTORNOS DEPRESSIVOS. UM DEBATE NA COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS CHAMOU A ATENÇÃO DA COMUNIDADE MÉDICA PARA A DOENÇA QUE PODE SER INCAPACITANTE. REPÓRTER MARCELA DINIZ. A encefalomielite miálgica, síndrome da fadiga crônica ou debilitante, é uma doença que, em sua forma mais grave, pode incapacitar uma pessoa, inclusive, crianças e adolescentes. Esses pacientes podem ficar acamados e ter dificuldades para permanecer em pé ou sentados. A estimativa inicial previa que a doença atingisse cerca de um milhão e meio de pessoas. Mas em audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais, a pneumologista Eloara Campos alertou que a pandemia levou a um aumento dos casos. (Eloara Campos) "E a pandemia trouxe essa visão diferente para encefalomielite miálgica, uma vez que estima-se que mais ou menos 10% dos pacientes que tiveram COVID, mesmo aqueles com COVID leve, possam evoluir com a síndrome de fadiga crônica pós-viral, tendo aí em torno de 2 a 4 milhões de habitantes no Brasil podendo ser acometidos por essa condição." A síndrome da fadiga crônica é pós-viral provocada pela covid, dengue, chikungunya e até mesmo gripe. Um sintoma marcante é o extremo cansaço depois de esforços pequenos ou atividades físicas leves. Mesmo após um período de descanso, a pessoa não recarrega suas energias para trabalhar ou estudar. Esses pacientes são acometidos ainda por problemas de memória e distúrbios do sono. Ao explicar que a fadiga crônica atinge principalmente mulheres, Eloara Campos destacou que por vezes essa condição é confundida com histeria, ansiedade ou depressão. (Eloara Campos) "Falta de capacitação dos profissionais de saúde, com treinamento inadequado para lidar com esse perfil de pacientes. Muitos preconceitos inconscientes ou preexistentes e, principalmente, porque acometem mulheres e sabemos que as mulheres ganham rótulo de histeria ou de ansiedade e depressão atrapalhando neste diagnóstico." A pneumologista Eloara Campos pediu que o Ministério da Saúde crie um centro de referência para a capacitação dos profissionais.  A senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, defendeu mais recursos para a pesquisa científica desta e de outras doenças incapacitantes como a esclerose múltipla. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

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