Comissão debate defesa do multilateralismo no contexto da crise climática
A Comissão de Meio Ambiente (CMA) realizou o debate 'Panorama da Presidência Brasileira: COP 30 no epicentro da crise climática e em defesa do multilateralismo' nesta quarta-feira (6), dentro da programação da II Cúpula Parlamentar sobre Mudança Climática e Transição Justa da América Latina e do Caribe, que acontece de hoje até amanhã (7), no Congresso Nacional. O presidente da CMA, senador Fabiano Contatato (PT-ES), disse que o evento reafirma a importância da cooperação diante da crise climática.

Transcrição
NO CONTEXTO DA COP 30, A CONFERÊNCIA DO CLIMA DA ONU, A COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DISCUTIU A DEFESA DO MULTILATERALISMO NO CONTEXTO DA CRISE CLIMÁTICA. REPÓRTER CESAR MENDES.
O debate 'Panorama da Presidência Brasileira: COP30 no epicentro da crise climática e em defesa do multilateralismo', na Comissão de Meio Ambiente, é parte da programação da II Cúpula Parlamentar sobre Mudança Climática e Transição Justa da América Latina e do Caribe, que acontece no Congresso Nacional.
Ao apontar aspectos comuns na história dos países da região, marcada por desafios estruturais, pela resistência dos povos originários e a riqueza cultural, o senador Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo, presidente da Comissão de Meio Ambiente, disse que a cúpula parlamentar é um gesto político que reafirma a importância da cooperação diante da crise climática.
Ele destacou especificidades da região que, segundo ele, devem ser levadas em conta na busca de soluções no enfrentamento das mudanças do clima.
(senador Fabiano Contarato) "Apesar de contribuirmos com menos de 10% das emissões globais de gases de efeito estufa, somos uma das regiões mais vulneráveis aos impactos da mudança do clima. Essa vulnerabilidade se agrava quando olhamos para o perfil econômico, ainda muito dependente da exploração de recursos naturais; para a desigualdade estrutural que marca as nossas sociedades; e para a baixa resiliência de muitas das nossas comunidades frente a desastres climáticos que se tornam cada vez mais frequentes e severos."
A diretora-executiva da COP30, Ana Toni, disse que a conferência de Belém será marcada por temas relacionados à implemantação do arcabouço do acordo de Paris, com destaque para a transição justa, a adaptação e o financiamento climático.
(Ana Toni) "Se queremos fazer com que o clima se torne parte transversal da política pública e política privada, a gente precisa ter recursos para poder conseguir fazer isso também. Foi decidido na última COP que o montante, que antes era de 100 bilhões de dólares, que deveria ser mobilizado dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento, foi para 300 bilhões."
A presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Senado da Argentina, Edith Terenzi, considera fundamental debater como os parlamentos podem contribuir para o fortalecimento do multilateralismo frente ao contexto geopolítico atual e criticou a postura negacionista do presidente Javier Milei em relação à crise do clima.
Já o senador chileno Alfonso Longton destacou que os compromissos assumidos no acordo de Paris devem guiar a atuação dos legisladores em todos os países da região para votarem leis que representem os compromissos internacionais.
A cúpula parlamentar prossegue até esta quinta-feira com diversas mesas de debate no auditório do Interlegis, no Senado Federal; e no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

