Líderes partidários se reúnem às 16h para discutir obstrução de aliados de Bolsonaro
O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, declarou que a ocupação dos Plenários impedindo as votações de interesse do país é "alheio aos princípios democráticos". A oposição diz que a obstrução é para garantir a inclusão na pauta do projeto que anistia os acusados do 8 de janeiro (PL 2858/2022); a abertura de processo de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes; e a derrubada de medidas cautelares contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES). Já o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), declarou que não se trata de obstrução, mas "de um novo 8 de janeiro". Ele afirmou que esse movimento impede a votação de projetos relevantes, como a correção da tabela do Imposto de Renda para garantir isenção a quem ganha até dois salários mínimos. Os líderes se reúnem nesta quarta-feira (6), às 16h, na residência oficial da presidência do Senado para tentar encerrar o ocupação do Plenário.

Transcrição
PRESIDENTE DO SENADO DIZ QUE OCUPAÇÃO DOS PLENÁRIOS DO LEGISLATIVO É "ALHEIO AOS PRINCÍPIOS DEMOCRÁTICOS".
OPOSIÇÃO QUER VOTAR UMA PAUTA QUE INCLUI A ANISTIA DOS ACUSADOS DO 8 DE JANEIRO, ENQUANTO O GOVERNO PEDE A APROVAÇÃO DE PROJETOS DE INTERESSE DO PAÍS, A EXEMPLO DA ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
Em resposta à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, os partidos de oposição anunciaram uma obstrução no Congresso Nacional até que os presidentes das duas Casas incluam na pauta de votações três propostas.
Na Câmara, eles defendem o projeto de lei que anistia todos os envolvidos nos ataques do 8 de janeiro.
No Senado, os apoiadores de Bolsonaro querem a abertura do processo de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes;, assim como a derrubada das chamadas medidas cautelares contra o senador Marcos do Val, do Podemos do Espírito Santo, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e o bloqueio do salário.
O líder da oposição, senador Rogério Marinho, do PL do Rio Grande do Norte, disse que a decisão será no voto.
Nós só queremos que o presidente do Congresso sente conosco e estabeleça conosco uma pauta de votação que nos atenda. Inclusive, nós não estamos pedindo que as pessoas votem coercitivamente a pauta que nós estamos apresentando. Ninguém é obrigado a votar. Isso é uma democracia. Agora não dá para impedir que se vote, não dá para permitir que as coisas continuem do jeito que estão. O Poder Legislativo está ficando cada vez mais irrelevante da cabeça da população brasileira.
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues, do PT do Amapá, criticou a oposição por impedir votações de interesse do País, a exemplo da correção da tabela do Imposto de Renda para isentar quem recebe até dois salários mínimos.
Obstrução parlamentar e legítima, está prevista no Regimento das Casas no pleno funcionamento das sessões. Se a oposição assim quiser pode fazê-lo. Impedir o funcionamento das duas Casas do Congresso Nacional não é obstrução, é vilipêndio. O que está sendo feito no dia de hoje é um outro 8 de janeiro por aqueles mesmos que fizeram o 8 de Janeiro de 2023.
Ao afirmar que o Parlamento tem obrigações com o país na votação de projetos essenciais, o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, declarou em nota que a ocupação dos Plenários das duas Casas impedindo o seu funcionamento é "algo alheio aos princípios democráticos".
Ele fez um chamado à serenidade e ao espírito de cooperação para a retomada dos trabalhos legislativos com "respeito, civilidade e diálogo" para que o Congresso Nacional atue em favor do Brasil.
Davi Alcolumbre anunciou que vai se reunir com os líderes partidários para que as votações sejam retomadas. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

