Senadores se reúnem com chanceler antes de viagem contra tarifaço de Trump — Rádio Senado
Preparação

Senadores se reúnem com chanceler antes de viagem contra tarifaço de Trump

Antes do embarque para Washington na semana que vem, a missão de oito senadores se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira; a embaixadora Maria Luiza Viotti, além de representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. O presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou que a comitiva do Senado vai se encontrar com congressistas e empresários norte-americanos entres os dias 28 e 30 de julho para reforçar que a balança comercial é favorável aos Estados Unidos, que exportam mais do que compram do Brasil. Ao reforçar as tentativas do Itamaraty de negociação desde abril, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), alertou para os prejuízos econômicos aos dois países se mantida a cobrança da tarifa de 50% a partir do dia primeiro de agosto.

24/07/2025, 13h39
Duração de áudio: 03:22
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Transcrição
SENADORES SE REÚNEM COM MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES ANTES DA VIAGEM AOS ESTADOS UNIDOS PARA TENTAR A DERRUBADA DO TARIFAÇO DE DONALD TRUMP. ALÉM DE CITAREM QUE A BALANÇA COMERCIAL É FAVORÁVEL AOS NORTE-AMERICANOS, OS PARLAMENTARES VÃO REFORÇAR OS PREJUÍZOS ECONÔMICOS PARA OS DOIS PAÍSES A PARTIR DO DIA PRIMEIRO DE AGOSTO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Os oito senadores que vão a Washington entre os dias 28 e 30 de julho negociarem a derrubada do tarifaço dos Estados Unidos se reuniram com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira,  com a embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Viotti, com diplomatas e representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Segundo o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul, o chanceler destacou conversas com autoridades do Tesouro dos Estados Unidos e representantes das empresas norte-americanas que importam os produtos do Brasil.  O ministro Mauro Vieira reforçou que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos mantiveram superávit de US$ 410 milhões, ou seja, o Brasil compra mais do que exportando. Nelsinho Trad declarou que os senadores vão ter encontros com os parlamentares e empresários norte-americanos em busca de apoio contra a tarifa de 50% prevista para entrar em vigor no dia primeiro de agosto.   Nós vamos nos reunir como empresários americanos que têm negócios com o Brasil e empresários brasileiros que têm negócios com os Estados Unidos. Parlamentares americanos no dia subsequente para que nós da Comissão possamos demonstrar a intenção de estreitar a relação diplomática com os Estados Unidos, que não pode ficar fria da forma como está. E no outro dia, terminada a missão, o regresso para o Brasil.  O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, do PT da Bahia, reforçou que desde abril, quando do anúncio da primeira tarifa de 10%, o Itamaraty buscou autoridades norte-americanas para negociar e que até o momento não responderam.   Ele também espera convencer os congressistas norte-americanos da derrubada da tarifa citando os impactos para a economia brasileira.  É um gesto na política de dizer que o Brasil está disposto a defender seus interesses, defender a nossa soberania. Nós queremos dialogar até porque tem uma carta entregue ao governo americano desde 16 de maio até agora não foi respondida. Espero que a gente tenha sucesso porque não nos interessa ter uma briga numa amizade e num começo de 206 anos que nós temos com os americanos. Nesse comércio do Brasil com os Estados Unidos, nós perdemos 7 bilhões de dólares por ano, o que quer dizer a gente compra mais do que vende para lá.  Segundo a Comissão de Relações Exteriores, o tarifaço de 50% pode desestabilizar o agronegócio, a metalurgia, a energia, a indústria de transformação e a produção de celulose no Brasil. Essa cobrança a partir de agosto pode provocar a demissão de cerca de 2 milhões de trabalhadores nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Pelo menos quatro estados norte-americanos, a exemplo da Califórnia, Flórida ,Texas e Nova Jersey poderão sofrer com interrupções em cadeias produtivas estratégicas por dependerem dos insumos brasileiros, como petróleo bruto, ferro e aço, café, açúcar, carnes, celulose e peças de aeronaves. Da Rádio Senado, Hérica Christian. 

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