Senadores criticam tarifas de Trump e pedem cautela com projeto sobre exportações
O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senador Renan Calheiros (MDB-AL), criticou os "ataques tarifários" do presidente norte-americano, Donald Trump, ao Brasil. Para a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), o tarifaço é "um tiro no pé" que levará à diversificação do mercado de exportações. Pelas incertezas diante do tarifaço, o senador Esperidião Amin (PP-SC) pediu o adiamento da votação do PL 882/2023, que amplia a devolução de tributos a empresas exportadoras.

Transcrição
SENADORES DA COMISSÃO DE ASSUNTO ECONÔMICOS CRITICARAM O TARIFAÇO ANUNCIADO POR DONALD TRUMP SOBRE PRODUTOS BRASILEIROS.
ELES ADIARAM PARA AGOSTO A VOTAÇÃO DA REINTEGRAÇÃO DE TRIBUTOS A EMPRESAS EXPORTADORAS EM RESPOSTA AO CENÁRIO INCERTO. REPÓRTER MARCELA DINIZ.
O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, criticou a taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada na última semana pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Para Renan Calheiros, o comércio, a indústria e o agronegócio brasileiros estão "sob ataques tarifários" dos Estados Unidos motivados por questões políticas e não técnicas; e justificados por uma informação falsa.
(senador Renan Calheiros) "O presidente norte-americano aproveitou a carta para fazer uma fake news: alegou, na carta, que os Estados Unidos eram deficitários na balança comercial com o Brasil, quando ocorre exatamente o oposto. 11% das nossas exportações vão para os Estados Unidos."
Ao citar a Lei da Reciprocidade, que autoriza o governo brasileiro a taxar os Estados Unidos, Renan Calheiros disse que a norma preencheu uma lacuna na legislação brasileira.
A senadora Soraya Thronicke, do Podemos de Mato Grosso do Sul, classificou o tarifaço como um "um tiro no pé" que poderá ter um resultado positivo para o Brasil.
(senadora Soraya Thronicke) " Um tiro no pé e isso nos abre uma brecha muito boa e muito interessante para que possamos diversificar o destino das nossas exportações. Neste momento agora, curto prazo pode ser ruim, mas, no longo prazo, eu acredito que será de suma importância para a nossa economia. Nós brasileiros podemos fazer desse limão uma grande limonada."
Por sugestão do senador Esperidião Amin, do Progressistas de Santa Catarina, a Comissão de Assuntos Econômicos adiou para agosto a votação do projeto que amplia o Reintegra - Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras.
(senador Esperidião Amin) "O Reintegra foi concebido com o propósito de devolver aos exportadores os resíduos tributários não recuperáveis, promovendo a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. Isto, no cenário de maio deste ano, tinha uma dimensão. Hoje, exige muita prudência de nossa parte. Recomendaria que nós deliberássemos sobre esse assunto em agosto próximo."
Pelo projeto, o percentual máximo de devolução de tributos a empresas exportadoras no Reintegra aumentaria de 3 para 7,4%.
Se aprovada na Comissão de Assuntos Econômicos, a proposta poderá seguir diretamente para a Câmara dos Deputados. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.

