Senadores debatem fortalecimento da presença feminina no esporte — Rádio Senado
Mulheres no Esporte

Senadores debatem fortalecimento da presença feminina no esporte

A Comissão de Esporte (CEsp) promoveu nesta quarta-feira (9) uma audiência pública para discutir a igualdade de gênero no esporte brasileiro. O debate foi proposto pela presidente da comissão, senadora Leila Barros (PDT-DF), e reuniu representantes do governo, do Comitê Olímpico do Brasil (COB), além de atletas, como a ex-nadadora olímpica Joanna Maranhão e a ex-jogadora de vôlei Valeska dos Santos. A audiência abordou temas como desigualdade salarial, assédio, falta de visibilidade na mídia e o impacto da ausência de políticas públicas voltadas às mulheres no esporte de alto rendimento. A ideia é que as contribuições do debate sirvam de base para novas iniciativas legislativas voltadas à inclusão e valorização das atletas.

09/07/2025, 15h50 - atualizado em 09/07/2025, 15h58
Duração de áudio: 03:05
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE ESPORTE DISCUTIU OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELAS MULHERES NO ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO.  A AUDIÊNCIA PÚBLICA TEVE COMO FOCO A IGUALDADE DE GÊNERO E A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA FORTALECER E AMPLIAR A PRESENÇA FEMININA NAS COMPETIÇÕES. REPÓRTER PAULO BARREIRA. Desigualdade salarial, assédio, pouca visibilidade e falta de patrocínios. Esses foram alguns dos desafios apontados na audiência pública realizada pela Comissão de Esporte, que debateu a igualdade de gênero dentro do esporte brasileiro.  A iniciativa foi da presidente da comissão, senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal. O objetivo foi ouvir experiências e colher sugestões que ajudem na criação de políticas públicas mais eficazes e sensíveis a realidade das mulheres no esporte.  A senadora destacou que, mesmo com avanços nas últimas décadas, as atletas ainda enfrentam barreiras que limitam o desempenho esportivo e o crescimento do país na formação de talentos.  (senadora Leila Barros) “Falar sobre igualdade de gênero no esporte é reconhecer que, apesar dos avanços, ainda temos um longo caminho a percorrer para garantir às mulheres as mesmas oportunidades que historicamente têm sido concedidas aos homens. Suas vozes são fundamentais para que possamos formular políticas mais justas, eficientes e transformadoras”. A audiência reuniu representantes do Comitê Olímpico do Brasil, COB, dos Ministérios do Esporte e das Mulheres, além de figuras emblemáticas do esporte brasileiro, como a ex-nadadora olímpica Joanna Maranhão. Vítima de abuso sexual aos 9 anos de idade e que inspirou a criação de uma lei, Joanna alertou para a necessidade de ambientes seguros para mulheres dentro do esporte. (Joanna Maranhão) “Quando a gente fala sobre igualdade de gênero dentro do esporte, a gente precisa pensar que esse ambiente tem que ser seguro para essas mulheres e um ambiente seguro passa por um ambiente livre de assédio. Então a gente precisa pensar de forma holística, para que exista espaço para mais mulheres, para que mais de nós estejamos presentes, mas esse ambiente precisa ser seguro. Outro ponto levantado foi a inclusão de atletas paralímpicos nas políticas de igualdade de gênero. A medalhista Verônica Hipólito reforçou que as mulheres com deficiência enfrentam barreiras ainda maiores, como falta de acessibilidade e representatividade nas decisões sobre o esporte. (Verônica Hipólito) “Todas as vezes em que a gente fala, fazem mesas sobre o esporte, fazem mesas sobre mulheres no esporte, normalmente mulheres do Movimento Paralímpico e Paradesportivas, elas são esquecidas. Então, sempre há uma grande conversa no nosso movimento, o quanto que tem que lutar contra o machismo, tem que lutar também contra o capacitismo. Como ser uma mulher com deficiência não fosse ser uma mulher”. Ainda durante a audiência, o Comitê Olímpico do Brasil apresentou algumas das iniciativas que já estão em andamento, como o Programa MIRA, voltado à formação de atletas femininas e ao incentivo à liderança de mulheres no esporte, e cobrou do governo mais investimentos e políticas públicas para ampliar a presença delas. Sob supervisão de Samara Sadeck, da Rádio Senado, Paulo Barreira.

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