Senado aprova mamografia anual no SUS a partir dos 40 anos
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou nesta quarta-feira (9) dois projetos que ampliam o acesso à mamografia. um deles (PL 499/2025), do senador Plínio Valério (PSDB-AM), antecipa para 40 anos o início do exame anual no SUS. Já o projeto (PL 3.021/2024) garante mamografia a partir dos 30 anos para mulheres com histórico familiar e prevê cobertura sem limite nos planos de saúde para as pacientes de alto risco.

Transcrição
A COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS APROVOU A MAMOGRAFIA ANUAL NO SUS A PARTIR DOS QUARENTA ANOS PARA TODAS AS MULHERES E APÓS OS TRINTA PARA QUEM TIVER HISTÓRICO FAMILIAR.
OS PROJETOS SEGUEM PARA A CÂMARA DOS DEPUTADOS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA.
A Comissão de Assuntos Sociais aprovou dois projetos de lei que ampliam o acesso das mulheres à mamografia no Sistema Único de Saúde e pelos planos privados.
A proposta do senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, antecipa a oferta do exame gratuito na rede pública para mulheres a partir dos 40 anos. Hoje, a mamografia só é garantida entre os 50 e 69 anos no intervalo de dois anos.
A mudança busca melhorar a chance de cura com diagnóstico precoce, já que uma a cada três mulheres diagnosticadas com câncer de mama no país tem menos de 50 anos.
Segundo a Consultoria de Orçamentos do Senado, a inclusão da nova faixa etária terá um impacto de cerca de 100 milhões de reais em 2026.
Para a relatora, senadora Damares Alves do Republicanos do Distrito Federal, o custo é pequeno diante dos benefícios sociais e de saúde pública.
(senadora Damares Alves) "Isso não vai falir a nação, isso vai salvar vidas, vai evitar leitos ocupados, vai deixar mulheres saudáveis para produzir mais, para voltar para o mercado de trabalho. Imagina uma jovem cuja mãe teve câncer de mama, a avó teve câncer de mama, tem outros históricos de tias, primas, essa menina precisa fazer esse rastreamento o mais cedo possível."
Segundo o Conselho Federal de Medicina, a mamografia anual a partir dos 40 anos pode reduzir pela metade mortalidade dessas pacientes.
Outro projeto aprovado garante o rastreamento a partir dos 30 anos para mulheres com forte histórico familiar da doença.
A medida vale para quem tiver parentes consanguíneos até o segundo grau, como mãe, irmã ou avó, que já tenham enfrentado o câncer de mama.
O autor, senador Laércio Oliveira, do PP de Sergipe, explicou que a inspiração foi o relato de uma paciente que sabia dos sintomas, mas não tinha idade para o rastreamento.
(senador Laércio Oliveira) "O que me levou a escrever esse projeto foi a angústia de uma mulher que me procurou, lá em Aracaju, pedindo: 'Pelo amor de Deus, socorro, porque eu já fui a uma unidade de saúde e a minha idade não me permite fazer o exame, mas eu sei o que eu estou sentindo. Eu tenho alguma coisa, eu tenho medo de morrer e eu quero fazer o exame'. Aquilo ali me angustiou tanto.
A relatora, senadora Daniella Ribeiro, do PP da Paraíba, ampliou ainda mais o alcance da iniciativa, incluindo os planos de saúde no texto.
Agora, mulheres com alto risco, como aquelas com mutação genética, poderão fazer a mamografia a partir dos 30 anos, sem limitação de quantidade ou frequência.
Aprovadas em decisão terminativa, as duas propostas seguem para a Câmara dos Deputados, se não houver recurso para votação no Plenário do Senado. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.

