Para Tereza Cristina, juros altos e taxa à LCA ameaçam o Plano Safra
A senadora Tereza Cristina (PP-MS) criticou o Plano Safra 2025/26, afirmando que os juros estão altos demais, que houve corte em recursos para investimento e que parte do crédito ainda não foi liberada. Ela também alertou que a proposta de taxar as LCAs pode reduzir o dinheiro disponível para o campo. O governo rebateu, dizendo que o plano é recorde e que a taxação terá impacto mínimo, sem prejuízo aos produtores, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Transcrição
A SENADORA TEREZA CRISTINA CRITICOU OS JUROS DO PLANO SAFRA, E LAMENTOU O ANÚNCIO DE VALORES RECORDES, SEM A LIBERAÇÃO DOS RECURSOS.
PARA ELA, A TAXAÇÃO DA L-C-A TAMBÉM VAI PREJUDICAR O FINANCIAMENTO DO AGRONEGÓCIO, MAS O GOVERNO GARANTE IMPACTO "QUASE ZERO".
REPÓRTER MARCELLA CUNHA
A senadora Tereza Cristina, do PP de Mato Grosso do Sul, e ex-ministra da Agricultura, fez duras críticas ao Plano Safra lançado pelo governo federal. Para ela, o programa tem juros altos demais, menos recursos para investimentos e ainda corre o risco de limitar ainda mais o dinheiro disponível por causa da proposta de taxar as Letras de Crédito do Agronegócio. Hoje, esses títulos usados por bancos para financiar o setor são isentos de Imposto de Renda. Se a ideia do governo for adiante, a senadora acredita que as instituições financeiras terão menos interesse em oferecer esse tipo de produto, o que pode reduzir o dinheiro para os financiamentos rurais. Segundo o Governo, esse é um Plano de recordes, com o maior montante total já injetado para a agricultura empresarial, somando R$ 516 bilhões. Mas Tereza Cristina apontou que parte dos recursos ainda não foi liberada e que houve corte em linhas de investimento.
Ele nunca chega inteiro para o produtor. No ano passado, anunciaram 475 bilhões, mas só liberaram 70%. Ou seja, na prática, não tem recorde. É muito difícil pegar empréstimo com a Selic a 15%. Agricultura não se faz com marketing. Precisa de crédito, precisa de seguro e precisa de confiança para que o agricultor possa planejar a safra. Hoje o governo está tirando dinheiro do agro e deixando a produção em risco.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, rebateu as críticas ao anunciar que a maior parte dos recursos já está sendo usada. Também garantiu impacto “quase zero” nos juros do crédito rural, estimando que a taxação de 5% sobre as L-C-As poderia elevar o custo em apenas 0,72 ponto percentual, e ressaltou que as instituições financeiras não devem repassar totalmente esse aumento aos produtores.
O Plano Safra é recorde. No ano passado, já tivemos um Plano Safra recorde. Nós destinamos R$ 108 bilhões por essa linha de crédito e foi performado R$ 185 bilhões, só em LCAs. Mas eu tenho certeza, como é recurso livre, tudo que o banco quiser destinar para a agropecuária e tiver demanda e vai ter, ele pode aumentar. Nós vamos passar muito de 200 bilhões de reais.
Segundo o Governo, essa é a terceira edição seguida do Plano Safra com volume histórico de recursos, mesmo diante de juros mais altos, como a Selic em 15%. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

