Debatedores pedem mais recursos para combater praga do cacau

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A COMISSÃO DE AGRICULTURA REALIZOU UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER A PREVENÇÃO DA PRAGA MONÍLIA NAS PLANTAÇÕES DE CACAU NO BRASIL. REPÓRTER LANA DIAS. A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária discutiu em audiência pública nesta quarta-feira a prevenção da praga monília, que ataca as lavouras cacaueiras. Os especialistas propuseram iniciativas para a contenção da doença, que afeta diretamente o fruto do cacau em qualquer fase do desenvolvimento. Segundo eles, a monília tem alto potencial destrutivo: as perdas podem ultrapassar 80% da produção afetada, causando impactos econômicos nas regiões de plantio de cacau. O Brasil apresentou o primeiro foco da praga em julho de 2021, no Acre. O Amazonas também foi afetado pela doença em 2022 e 2024. Atualmente, ela está concentrada em áreas não comerciais e urbanas, nos dois estados.  A Vice-Presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cacau, Eunice Gutzeit, demonstrou preocupação no possível contágio da monília nas produções de cacau no Pará.  Senhores, o que está em jogo aqui é muito mais que a produção de cacau. É a renda de milhares de famílias, a segurança alimentar e a floresta em pé, pois o cacau é uma das poucas atividades que alia produção e preservação. A Coordenadora-Geral de Pesquisa e Inovação da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, Karina Peres Gramacho, afirmou que a instituição já tem tecnologias para combater pragas do cacau, mas é necessário maior investimento para pesquisa.  A melhor maneira de controlar a monilíase é a prevenção, é não ter a doença - isso para qualquer doença -, mas nós precisamos ter mais recursos para pesquisa. Nós estamos com esses clones, com essa metodologia de diagnóstico, e não temos como viabilizar isso em larga escala, O senador Beto Faro, do PT do Pará, defendeu a criação de uma campanha de informação da praga monília, destinada, principalmente, a produtores de cacau.  Então, nós precisamos fazer uma grande campanha de informação, não de botar alarme e tal, mas tem que ter as informações para que a gente possa ir se prevenindo até antes de produzir, de estar ali em produção. Nós temos como fazer isso. Eu me coloco, inclusive, à disposição para ajudar nessa articulação de como a gente faz uma grande campanha. Os debatedores também pediram o fortalecimento do controle do trânsito vegetal, para evitar contaminações que podem vir de outros estados, e a ampliação da vigilância fitossanitária, que age no monitoramento e na prevenção de pragas. Sob supervisão de Alexandre Campos, da Rádio Senado, Lana Dias.