Protagonismo feminino é urgente, afirmam senadoras
Na abertura da reunião de mulheres parlamentares do Brics, a senadora Leila Barros (PDT-DF) defendeu o protagonismo feminino nas decisões globais. Em sua fala, ela destacou a exclusão das mulheres na economia digital e os efeitos desproporcionais das mudanças climáticas sobre a população feminina. Leila propôs que o documento final do fórum seja entregue aos líderes do bloco, com a exigência de que ele reflita a voz e o rosto das mulheres. Também participaram do encontro a deputada Jack Rocha (PT-ES) e a embaixadora Maria Laura da Rocha, secretária-geral do Itamaraty.

Transcrição
A ABERTURA DA REUNIÃO DE MULHERES PARLAMENTARES DO BLOCO MARCOU O INÍCIO DO FÓRUM PARLAMENTAR DO BRICS.
A SENADORA LEILA BARROS DEFENDEU UM ENCONTRO COM ROSTO FEMININO E O PROTAGONISMO DAS MULHERES EM PAUTAS GLOBAIS. QUEM ACOMPANHOU FOI A REPÓRTER MARCELLA CUNHA
Durante a abertura da Reunião de Mulheres Parlamentares do Brics, a senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, líder da bancada feminina do Senado, destacou o compromisso do Brasil, na presidência rotativa do bloco, com uma governança mais inclusiva e atenta às questões de gênero. Ela afirmou que não é possível falar em desenvolvimento sem igualdade de gênero e defendeu a participação ativa das mulheres na formulação de políticas públicas. Para Leila, a reunião é antes de tudo uma declaração de intenções, que precisa se transformar em respostas concretas aos desafios enfrentados pelas mulheres em todo o mundo.
Quando eu falo a cara, né, do brics, tem que ter a cara feminina, é justamente a gente se assumir nessa responsabilidade, ter a nossa participação. Mas além de fazer o debate, essa troca de experiência, nós temos que de alguma forma, mostrar o trabalho que a gente vai desenvolver aqui. Então,a nossa perspectiva, é de que o que for elaborado aqui, o documento final a gente possa entregar aos líderes e que, de fato, essa voz feminina que tanto fala, esse rosto, ele seja de fato reconhecido e respeitado e ouvido na cúpula final.
Leila lembrou, ainda, que as mulheres enfrentam desafios específicos em relação aos temas que estão sendo discutidos no Fórum. No debate sobre inclusão digital, por exemplo, falou dos riscos da automação em funções exercidas prioritariamente pelas mulheres, e como combater estereótipos na internet, com algoritmos elaborados por uma maioria masculina e a violência online enfrentada especialmente por mulheres públicas, como vídeos falsos e discursos de ódio. Leila também reforçou que em contextos com maior desigualdade de gênero, os desastres naturais tendem a afetar mais as mulheres.
É a mulher que está ali no front, é ela que está na agricultura, na base d os povos tradicionais. Ela é atingida de uma forma real. E esse debate a gente tem muita resistência de fazer. Aliás, quando a gente fala de meio ambiente dentro do Congresso Nacional, a gente não trata com a devida urgência, muito dessa pauta é mais tratado num ambiente feminino do que pelos homens.
Também participaram da mesa de abertura, a deputada Jack Rocha, PT do Espírito Santo, que é a secretária da mulher na Câmara dos Deputados, e a embaixadora Maria Laura da Rocha, secretária-geral do Ministério de Relações Exteriores. Da Rádio Senado Marcella Cunha

