Mulheres no Brics defendem liderança feminina na tecnologia
Na primeira reunião de trabalho das mulheres parlamentares do Brics, parlamentares defenderam que a inteligência artificial seja usada para reduzir desigualdades e não ampliá-las. A senadora Leila Barros (PDT-DF) cobrou mais presença feminina no desenvolvimento de algoritmos. Já a senadora Tereza Cristina (PP-MS) destacou o papel da tecnologia no avanço do agro e defendeu que mulheres sejam líderes, e não apenas usuárias da inovação.

Transcrição
A PRIMEIRA REUNIÃO DE TRABALHO DE MULHERES PARLAMENTARES DO BRICS DISCUTIU DESAFIOS RELACIONADOS À INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A PROTEÇÃO DAS MULHERES.
AS PARTICIPANTES DEFENDERAM QUE A TECNOLOGIA PRECISA SER UMA FERRAMENTA PARA REDUZIR AS DESIGUALDADES E NÃO AMPLIÁ-LAS.
REPÓRTER MARCELLA CUNHA
A Primeira Sessão de Trabalho da Reunião de Mulheres Parlamentares do Brics teve como tema: Mulheres na Era da Inteligência Artificial: Entre a Proteção de Direitos e a Inclusão Feminina na Economia Digital. Participaram parlamentares dos Emirados Árabes, da China, Índia, do Irã e do Brasil. As participantes reforçaram que a baixa representatividade em áreas de Intelgência artificial gera um viés, ou seja, equipes predominantemente masculinas treinam os algoritmos, e os sistemas acabam replicando preconceitos de gênero ao invés de corrigí-los. É o que acredita a senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, que é líder da bancada feminina.
A impressão que me deu nesse primeiro momento é que nós enquanto parlamentres brasileiras estamos mais a avançadas nesse debate do que as demais prlamentres do bloco bloco. Então assim, ainda é tímido porque é um ambiente majoritarimente de homens. A gente tem que tratar essa questão de termos mulheres engenheiras, tratando de algoritmos, uma linguagem para as mulheres. A mulher ela não é só usuária de plataforma.Ela tem que ser arquiteta nesse processo também.
Mas a representante chinesa, Qian Fangli (TCHÃ FANLÍ), destacou que, apesar dos desafios, o mercado digital tem aberto muitas portas, em seu país, para que mais mulheres ocupem esse espaço. Segundo ela, 47 milhões de mulheres estão contratadas por plataformas de comércio digital.
São mais da metade dos empresários da internet e 45% dos trabalhadores de tecnologia. Eu sou profundamente impressionada pelas mulheres que fazem codificação.
Já a representante da Índia, Shabari Byreddi (Xabári Bairêdi), contou sobre a atuação dos indianos na capacitação de mulheres na área de tecnologia. Ela também apresentou os avanços no seu país, como o uso de IA para prever catastrófes naturais, fazer diagnósticos médicos e reduzir crimes no setor governamental. O Irã, por sua vez, foi o único país a enviar um representante masculino. O país tem uma das menores representações femininas no parlamento, com 4,9% das cadeiras ocupadas por mulheres. Para a senadora Tereza Cristina, do PP de Mato Grosso do Sul, é preciso garantir que as mulheres não sejam apenas usuárias passivas, mas líderes no desenvolvimento de algoritmos e na criação de soluções tecnológicas.
Os jovens na agricultura, estão voltando para o campo com o uso da tecnologia e da inteligência artificial. E as mulheres têm que fazer isso também, utilizar cada vez mais. Quando a gente vê que em 51% da população é de mulheres, 50 e se não me engano, 55% das pessoas formadas no Brasil são mulheres, não têm porque a mulher ficar para trás. Ela tem que está incluída e ser protagonista, ser líder.
Tereza Cristina também pontuou que a agricultura brasileira só se tornou uma potência por causa da inovação e da tecnologia, entrando agora numa fase de agricultura 4.0, com uso intenso de inteligência artificial. Ela destacou que a IA já está presente no dia a dia do campo, mesmo que muitos não percebam. E sugeriu que os países do Brics construam uma agenda comum unindo centros de pesquisas, plataformas de capacitação técnica e fundos de apoio à digitalização. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

