Em audiência com ministro, senadores cobram criação de CPMI das fraudes no INSS

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EM AUDIÊNCIA COM O MINISTRO DA PREVIDÊNCIA, SENADORES DA OPOSIÇÃO COBRARAM A CRIAÇÃO DE UMA CPMI PARA INVESTIGAR AS FRAUDES NO INSS - O PEDIDO FOI PROTOCOLADO NO DIA 13 DE MAIO. GOVERNISTAS DISSERAM APOIAR A INVESTIGAÇÃO PARLAMENTAR, DESDE QUE ELA ALCANCE O GOVERNO ANTERIOR. MINISTRO TEME QUE A CPMI PROVOQUE DEMORA NAS INVESTIGAÇÕES E NO RESSARCIMENTO DE PREJUÍZOS. REPÓRTER MARCELA DINIZ: A criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar descontos ilegais em aposentadorias e pensões foi um dos temas debatidos na audiência da Comissão de Transparência do Senado com o ministro da Previdência, Wolney Queiroz. Parlamentares de oposição já protocolaram o pedido de CPMI e, na audiência, governistas disseram apoiar a investigação parlamentar, desde que ela abarque fatos ocorridos durante o governo Bolsonaro, quando 11 das 12 entidades investigadas pela fraude foram credenciadas junto ao INSS. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, do PT do Amapá, citou o envolvimento de pessoas investigadas durante a CPI da Covid, em 2021: (sen. Randolfe Rodrigues) "Alguns colegas, aqui, lembram de alguns personagens que estão envolvidos nessa história toda. O senhor Danilo Trento, da Precisa, o senhor Mauricio Camisotti, os colegas lembram da CPI Covid? Eles estavam roubando vacina entre 2020 e 2021 e entrando na fraude do INSS com suas entidades suspeitas." O líder da oposição, senador Rogério Marinho, do PL do Rio Grande do Norte, disse que parte das associações envolvidas nas fraudes ainda não é investigada - entidades que passaram a atuar no primeiro ano do governo Lula: (sen. Rogério Marinho) "Quase 30% da arrecadação foram feitas por entidades que chegaram ao INSS depois de 2023, e elas não estão sendo investigadas. E o que nós queremos aqui é que todos sejam investigados porque precisa saber o que está acontecendo." O senador Eduardo Girão, do Novo do Ceará, defendeu uma investigação ampla e a leitura do pedido de criação da CPMI pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, já na próxima semana: (sen. Eduardo Girão) "Eu sou favorável que se investigue todos os governos. Eu acho que nós temos o dever de fazer essa CPMI, assinei e espero que na próxima semana o presidente dessa Casa, que a gente possa colocar em votação." O senador Weverton, líder do PDT, partido do ex-ministro Carlos Lupi, disse que não apoiou o pedido de CPMI por entender que as investigações já estão em curso na Controladoria Geral da União e na Polícia Federal. Ele criticou o que considera uso político das fraudes no INSS: (sen. senador Weverton) "Eu acho que o governo todo tem que assinar essa CPMI, infelizmente, se perde energia, tá na cara que já tem muita gente doida pra querer ir buscar já a sua reeleição. Eu não assinei a CPMI porque a investigação está acontecendo de forma independente e isso dá as condições para que de forma serena, não se aponte dedo de forma irresponsável pra A ou pra B." O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, pediu cautela para que a CPMI não provoque atraso nas investigações em curso e no ressarcimento de aposentados e pensionistas.  (Wolney Queiroz) "A minha preocupação é que haja uma demora maior nas investigações. O governo não tem medo, a decisão cabe ao Parlamento. E, também, que uma eventual instalação atrase o ressarcimento. Então, que haja esse cuidado, caso, eventualmente, ela venha a ser instalada, que haja esse cuidado para não atrasar o ressarcimento, que é uma coisa que é prioritária para o governo." Quando o pedido de criação da CPI Mista para investigar a fraude no INSS foi protocolado pela senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, e pela deputada Coronel Fernanda, do PL de Mato Grosso, o documento já contava com o apoio de 223 deputados e 36 senadores, números superiores aos mínimos necessários de 27 senadores e 171 deputados. Da Rádio Senado, Marcela Diniz.