Senadores querem detalhes sobre participação do Itamaraty em resgate de venezuelanos

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O MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, MAURO VIEIRA, DEVERÁ EXPLICAR O RESGATE DE OPOSITORES AO GOVERNO DA VENEZUELA ASILADOS EM EMBAIXADA SOB TUTELA DO BRASIL. OS SENADORES QUESTIONARAM O PAPEL DO ITAMARATY NA OPERAÇÃO CONDUZIDA PELO GOVERNO NORTEAMERICANO. REPÓRTER MARCELLA CUNHA O Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deverá prestar esclarecimentos à Comissão de Relações Exteriores sobre o resgate de cinco venezuelanos que estavam asilados na Embaixada da Argentina, em Caracas. Essa representação está sob custódia do Brasil desde que o governo do presidente argentino, Javier Milei, não reconheceu a vitória de Nicolás Maduro nas eleições do ano passado. Por isso, os senadores querem saber exatamente qual foi a participação do Governo Brasileiro na operação de resgate realizada pelos Estados Unidos, como destacou o senador Esperidião Amim, do PP de Santa Catarina.  Sinceramente, ou o Brasil se descuidou - e aí nós queremos ouvir -, ou o Brasil ajudou. Se ajudou, eu particularmente vou dar alvíssaras, porque será uma posição que nos conforta, nós que não nos conformamos com as arbitrariedades que escutamos a respeito do que tem acontecido na Venezuela. Mauro Vieira deve estar na Comissão de Relações Exteriores no dia 20 de maio.  Inicialmente, ele deveria tratar apenas do asilo político concedido à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, que está no Brasil desde abril, alegando perseguição política sob acusação de corrupção em seu país. Mas a pedido do senador Sergio Moro, do União Brasil do Paraná, será incluído o pedido de explicações sobre o resgate de venezuelanos. Para ele, o caso lança luz sobre possíveis arbitrariedades nas decisões de concessão de asilo político.   Espero que o Itamaraty, de alguma forma, tenha contribuído para que esses venezuelanos perseguidos tenham sido ajudados, auxiliados, de alguma forma, pelo Itamaraty nesse resgate e posterior asilo nos Estados Unidos. Agora, nós temos um contraste evidente, que é o fato de que, enquanto o Brasil concede asilo a quem recebeu propina da Odebrecht. A gente reclama, às vezes, da interferência dos Estados Unidos na América Latina, e também acho que teve episódios lamentáveis no passado a esse respeito - concedendo asilo a quem merece, a perseguidos políticos lá, que estavam refugiados em Caracas. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que só soube da operação após a retirada dos refugiados da Embaixada, e que o foco da diplomacia brasileira estava em negociar até que pudessem sair do país.  Os cinco venezuelanos resgatados já estão em solo americano. Eles são membros da equipe de María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela.  Da Rádio Senado, Marcella Cunha