Senadores avaliam consequências da guerra comercial entre EUA e China — Rádio Senado

Senadores avaliam consequências da guerra comercial entre EUA e China

O mais recente capítulo da guerra comercial promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou as incertezas no mercado mundial. No Brasil, os senadores divergem quanto às consequências das medidas para o país. Para Oriovisto Guimarães (PSDB - PR), por causa de sua economia mais suscetível a crises, os brasileiros vão sofrer com a alta do dólar e a inflação. Para Tereza Cristina (Progressitas - MS), o agronegócio terá novas oportunidades de mercado.

09/04/2025, 19h30 - atualizado em 09/04/2025, 19h36
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Transcrição
A POLÍTICA DE AUMENTO DE TARIFAS PARA PRODUTOS VENDIDOS AOS ESTADOS UNIDOS TEVE MAIS UM CAPÍTULO NESTA QUARTA-FEIRA. O PRESIDENTE DONALD TRUMP AUMENTOU A TAXAÇÃO PARA A CHINA E CONGELOU AS MEDIDAS CONTRA PAÍSES QUE BUSCAM UMA SAÍDA NEGOCIADA. A AVALIAÇÃO DE SENADORES SOBRE ESSA GUERRA COMERCIAL, VOCÊ ACOMPANHA NESTA REPORTAGEM DE ALEXANDRE CAMPOS. Nesta quarta-feira foi travada mais uma batalha da guerra comercial promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na tentativa de atrair investimentos para o seu país, por meio de taxação das exportações de parceiros comerciais. Depois que China respondeu com tarifa de 84% para produtos vindos dos Estados Unidos, Trump anunciou uma taxa de 125% para as mercadorias chinesas. Ele ainda congelou, por 90 dias, a adoção da medida contra outros países que buscam negociar, mantendo uma taxação mínima de 10%. Por causa desse cenário de constante mudança das medidas, as consequências dessa guerra comercial mundial para a economia do Brasil ainda são incertas. O senador Oriovisto Guimarães, do PSDB do Paraná, avalia que os impactos por aqui serão negativos se Trump não mudar sua postura. Segundo ele, o governo brasileiro, por gastar mais do que arrecada, aumenta o endividamento público e, consequentemente, torna a economia ainda mais frágil. Então, a nossa moeda é uma das que mais se desvaloriza para o mundo, né? As pessoas, em época de crise, correm para o dólar. O dólar ficando mais alto aumenta mais a inflação aqui no Brasil. A inflação aumentando, o Banco Central tem que deixar os juros mais altos. Então, não é bom para o Brasil isso. Opinião diferente tem a senadora Tereza Cristina, do Progressistas de Mato Grosso do Sul. Segundo ela, se a guerra comercial perdurar, o ambiente, pelo menos para o agronegócio, ficará favorável. Será melhor para novas parcerias comerciais e acordos bilaterais com países que eventualmente fecharem as portas para produtos americanos, ampliando o mercado para os brasileiros. Nós não podemos deixar de lembrar que o Brasil é um grande player no agronegócio, na segurança alimentar de muitos países do mundo. O Brasil contribui com a segurança de vários países, então isso pode se transformar assim numa oportunidade também para o Brasil. Consultor do Senado, Fernando Lagares concorda com a opinião da senadora Tereza Cristina, em relação ao agronegócio. Quanto aos Estados Unidos, ele acredita que o governo brasileiro deve atuar pelas vias diplomáticas, uma vez que o país não tem força econômica para o enfrentamento direto, sem deixar de lado as oportunidades de novos mercados que a guerra comercial pode proporcionar ao Brasil. Fazer parcerias dentro dos Estados Unidos para que, em um determinado momento, a gente tenha apoio dos consumidores e dos importadores de nossos produtos, eu acho que isso faz parte de um cenário bastante complexo. O presidente americano é um business man e ele coloca as tarifas em patamares mais elevados para forçar uma negociação em condições mais favoráveis para os Estados Unidos. Já o senador Esperidião Amin, do Progressistas de Santa Catarina, acredita que o Brasil foi um dos menos prejudicados com as taxações e ainda pode tirar proveito das consequências dessa guerra. Eu acho que o Itamaraty está certo em não ficar falando em revanche, em contramedida. Nós temos a lei da reciprocidade, ou seja, o governo está autorizado a, mas não temos nenhum motivo para provocar, porque nós, eu repito, não somos o mais prejudicado e podemos ser beneficiados. Nesse cenário de guerra comercial promovida pelos Estados Unidos, o Congresso Nacional concluiu na primeira semana de abril a votação de um projeto que dá ao Executivo o direito de adotar medidas em resposta à prática de algum país que impacte a competitividade internacional brasileira. O texto aguarda sanção da presidência da República. Da Rádio Senado.

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